Harbin é uma localidade na China conhecida pela sua tradição de festivais de esculturas de neve e gelo. Sara Serpa e João Simão, estudantes do Mestrado em Engenharia Naval e Oceânica do Instituto Superior Técnico, aventuraram-se por ‘mares nunca dantes navegados’ e, ainda que algo desviados da Taprobana (atual ilha do Sri Lanka), rumaram à cidade chinesa onde foram premiados pela construção de uma réplica do Padrão dos Descobrimentos em gelo. Decorria a 17.ª edição do International Collegiate Snow Sculpture Contest, certame que teve lugar entre 4 e 7 de janeiro.
A viagem surgiu de um convite feito aos dois estudantes por Haitong Xu, professor do Técnico e investigador do Centro de Engenharia e Tecnologia Naval e Oceânica (CENTEC), com quem ambos haviam trabalhado anteriormente para a produção e publicação de um artigo científico. Já em solo chinês (e depois de uma visita ao Ice and Snow World, parque temático com algumas das maiores esculturas de gelo do mundo), os três formaram equipa para participar na competição acolhida pela Universidade de Engenharia de Harbin, decidindo erigir uma gélida réplica do monumento que flanqueia a foz do rio Tejo, em Belém.
“O Padrão foi escolhido por cruzar esteticamente e simbolicamente a nossa área de estudo com a contribuição de Portugal para a exploração marítima”, partilhou João Simão, que descreve a estadia na China como “uma ótima experiência”. A viagem foi “uma boa oportunidade de conhecer alguns investigadores e alunos de outras universidades de todo o mundo”, usando a competição de esculturas como mote.
Sara Serpa, para quem o curso de Engenharia Naval foi uma forma de conectar “uma grande paixão por matemática e física” com “uma longa paixão pelo mar”, destacou o auxílio dos estudantes de Harbin que se disponibilizaram para guiá-los, dando-lhes a oportunidade de “experimentar a gastronomia local e de conhecer alguns dos costumes”.