A professora Teresa Peña estava a usufruir da manhã de sábado, numa esplanada quando a notícia lhe chegou: havia sido eleita para o Executive Committee da European Physical Society (EPS). “Lembro-me de pensar nesse momento que a luz do sol combinava bem com a notícia”, relembra a docente do Departamento de Física (DF) e do Departamento de Engenharia e Ciências Nucleares (DECN). “Depois pensei: E agora? Tenho que saber concretizar as ideias do meu “statement” de candidatura. Como vou convencer os outros das minhas ideias?”, recorda ainda a docente.
A ideia da sua candidatura tinha chegado por meio de outrem consciente do seu valor: “Tinha sido contactada internacionalmente para apresentar uma candidatura, e por isso antes da eleição estava tranquila”, partilha. Ainda assim, naquele momento em que a notícia chega, os seus olhos não puderam deixar de combinar com dia solarengo: “Sabe bem ganhar, mostra que as nossas ideias e o nosso percurso profissional não são invisíveis e tocam algumas pessoas”, refere a professora.
Ao órgão, ao qual agora pertence a docente do Técnico, compete dirigir as atividades da EPS, estabelecer as prioridades e o orçamento. “A European Physical Society (EPS) é uma associação das sociedades de física da Europa, fundada em 1968. Representa mais de cem mil físicos europeus”, destaca a professora do DF. A eleição para o órgão não se processa de forma direta, sendo feita pelo próprio Council da EPS – órgão da governança da EPS constituído por representantes das 42 sociedades membros. “Na ciência, o papel individual é importante, mas as instituições são fundamentais. As pessoas passam, as instituições, quando são boas, é que ficam”, frisa a docente.
Nesta eleição, onde a professora do Técnico se destacou por entre mais 6 candidatos, deverá ter tido uma certa influência a participação da docente nos órgãos do Técnico, Conselho Científico, Senado, Coordenações de Curso, Direções de Departamento, uma atividade intensa “que faz parte do meu ADN e transparece no meu CV”, destaca a professora. “Sem esta experiência eu seria uma pessoa certamente diferente. Ao eleger-me, o Council ‘escolheu’ de certa forma o Técnico”, refere seguidamente a docente. No passado já outros nomes bem-sonantes do Técnico estiveram ligados à EPS: o professor Carlos Matos Ferreira e José Mariano Gago. “Ambos perceberam a importância da EPS como plataforma de divulgação e afirmação do valor inteletual e material da investigação em Física”, frisa a professora Teresa Peña.
A primeira reunião do Executive Committee em que a docente do Técnico vai participar será já a 14 de junho. Refira-se que a este Committee compete dirigir as atividades da EPS, estabelecer as prioridades e o orçamento. “É necessário neste momento garantir impacto global às atividades de investigação, divulgação e formação em física dos países das sociedades membros mais pequenas”, afirma a docente do Técnico. “Outra prioridade é a identificação e atração de talento de estudantes e jovens cientistas. É preciso dar-lhes formação inovadora, acesso a laboratórios de referência e networks de especialização em domínios emergentes, e visibilidade através de prémios”, complementa.