Manuel Ribeiro e Leonardo Azevedo são dois dos coautores do estudo laureado na edição de 2022 do Prémio em Saúde Pública Francisco George, galardão criado “com o objetivo de distinguir trabalhos e estudos de investigação, inéditos e inovadores, em temas de saúde pública de relevante interesse e impacto para a defesa da saúde pública”. Os dois professores do Técnico e investigadores do Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA) assinam “Spatial analysis of determinants of COVID-19 vaccine hesitancy in Portugal”, uma investigação sobre as causas para a hesitação vacinal contra a Covid-19 em Portugal e a sua associação a fatores de risco sociodemográfico (o conceito de hesitação vacinal consiste na proporção de indivíduos não-vacinados contra a COVID-19 sobre a população residente em Portugal).
O prémio, no montante de cinco mil euros, reconhece o mérito dos trabalhos avaliados “tendo em conta o carácter de originalidade, excelência, aplicabilidade ou utilidade futura, a possibilidade da sua replicação, e a sua relevância e impacto na defesa da saúde pública”.
Manuel Ribeiro diz ser uma grande honra fazer parte da equipa de investigadores que recebeu o prémio, comentando que este “representa o reconhecimento do trabalho de investigação de excelência que [o grupo tem] vindo a desenvolver no Técnico na área da epidemiologia ambiental, em parceria com instituições do setor da saúde”.
Relativamente à sua atividade no CERENA, o investigador declara ter desenvolvido “diversas competências” que lhe conferiram “uma boa preparação para explorar diferentes abordagens ligadas à investigação e uma visão integradora capaz de perspetivar caminhos futuros para responder aos desafios do conhecimento na área da epidemiologia ambiental”.
O coautor explica que o trabalho premiado analisou os dados de vacinação contra a COVID-19 em Portugal até março de 2022, integrando dados geográficos e sociodemográficos para avaliar a dimensão e fatores que mais contribuíram para a hesitação vacinal. De acordo com Manuel Ribeiro, os resultados da análise mostram que a distribuição do risco de hesitação em Portugal “tende a exibir padrões espaciais” e que esta “é prevalente em grupos vulneráveis da população”.
O autor correspondente do trabalho é André Peralta-Santos, da Direção de Serviços de Informação e Análise (DSIA) da Direção Geral da Saúde. São coautores Constança Pinto de Carvalho (DSIA), Manuel Ribeiro (CERENA), Diogo Godinho Simões (DSIA), Patrícia Pita Ferreira (DSIA), Leonardo Azevedo (CERENA), Licínio Gonçalves (Serviços Partilhados do Ministério da Saúde) e Pedro Pinto Leite (DSIA).