Com uma comunidade de mais de 1.000 estudantes de Ph.D. faz todo o sentido que na panóplia de eventos que ocorrem semana após semana no Técnico, um deles seja especialmente dedicado aos mesmos. É esse o grande foco dos PhD Open Days, como aliás o nome bem demonstra, o evento que ocupou o Salão Nobre esta quarta e quinta-feira, 21 e 22 de março.
A sessão de abertura contou com a presença do presidente do Técnico, o professor Arlindo Oliveira, que destacou a “importância do evento”, “propiciando a partilha de experiências e de conhecimento”. “É uma ótima oportunidade para perceberem e mostrarem o quão importante é o trabalho que vocês estão a fazer”, assinalou o presidente do Técnico.
A abrir o leque de palestras, o professor José Manuel Viegas, secretário geral do ITF – Internacional Transport Forum, presenteou os participantes com uma dinâmica e profunda explicação acerca dos novos desafios para as politicas públicas e para a investigação, de forma a acompanhar as mudanças que a mobilidade sustentável trará. “O congestionamento é a queixa mais frequente em todo o mundo”, começava por frisar. Por sua vez, “os transportes públicos funcionam com dificuldade e a falta de acesso aos mesmos, acaba por se tornar num fator de exclusão social”.
A boa notícia é que segundo o professor José Manuel Viegas “estamos perante um grande ciclo de mudanças que advêm da conectividade digital, a automação, a eletrificação da rede e ainda mobilidade partilhada”. E foi neste último tópico que o professor José António Viegas mais se demorou, e recorrendo a alguns dados e estudos afirmou que a mesma permitirá que “toda a gente tenha transporte porta a porta ou à distância de poucos metros, a preços muito baixos, sem custo inerentes a ninguém”. O professor foi ao longo da sessão deixando bem claro, e sempre desafiando a audiência a refletir sobre o mesmo, as maiores mudanças de paradigma que se impõem: “a transição do motor de combustão ao motor elétrico, o planeamento de uma mudança que se reflita em despachos que a acompanhem, a mudança da conceção de utilização do veículo, não enquanto proprietário do mesmo mas apenas como simples utilizador e ainda a evolução da condução humana para uma condução cada vez mais automatizada, desafiando a audiência a pensar sobre o mesmo.
O evento vai já na sua quarta edição, e o programa tem-se vindo a aprimorar ao longo do tempo. Este ano além das diversas e estimulantes palestras, a organização deu uma ênfase especial ao convívio entre os próprios estudantes de doutoramento, mas também dos mesmos com os investigadores convidados, sendo por isso vários os momentos demarcados no programa o propiciam. Do leque de atividades consta também um workshop dedicado a ajudar os estudantes no desenvolvimento das capacidades de escrita científica.
Como sempre a adornar a sala está uma exposição de posters alusiva a dezenas de trabalhos dos estudantes de doutoramento, que capta atenções e serve de mote para muitas das conversas que estabelecem nos intervalos dos painéis.
O dia de hoje contempla ainda, além das palestras, o já habitual Pitch Competition, entre estudantes de doutoramento, onde os cerca de 20 pré-selecionados de áreas distintas, competirão para vencer a entrada gratuita no Web Summit 2018.