O professor Luís Viseu Melo, docente do Departamento de Física (DF) foi nomeado, recentemente presidente do grupo de trabalho em Biotecnologia, Nanotecnologia e Tecnologias Convergentes (BNCT) da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) para 2022. Após exercer funções como vice-presidente, o docente do Técnico assume agora o desafio de liderar o BNCT, um grupo de trabalho de alto nível focado em políticas de áreas tecnológicas emergentes relacionadas com biotecnologias, nanotecnologias e tecnologias convergentes.
O presidente do BNCT tem como missão, para além de dirigir os trabalhos do grupo em reunião, acompanhar e promover ativamente as suas atividades, em articulação com o bureau – vice-presidentes eleitos provenientes de delegações de cinco países – e com o Secretariado da OCDE.
O docente do Técnico assume a sua satisfação com esta nomeação, salientando que além de ser “muito gratificante pela confiança dos meus colegas delegados”, este é também um “trabalho deveras estimulante”. “É uma posição de alguma responsabilidade, já que o presidente é o primeiro e mais assíduo interlocutor do Secretariado (OCDE) para a elaboração de estratégias, propostas de trabalho (projetos), conceção de agendas, etc. Por isso implica uma confiança reforçada dos delegados dos diferentes países, que muito me honra”, explica.
Criado em 2014, o BNCT está sob a alçada do Comité de Política Científica e Tecnológica (CSTP), e propõe-se a atingir um vasto conjunto de objetivos. Além de providenciar análises originais sobre políticas tecnológicas, o BNCT trata de transmitir mensagens dirigidas à comunidade global em diversas formas, fornecendo desde ferramentas de apoio à decisão até manuais de boas práticas e recomendações com força legal. Acresce a isto, a missão de proporcionar e promover o encontro dos atores relevantes na área. Neste contexto, tem ainda como objetivo fazer propostas inovadoras aos decisores políticos.
Ainda que o exercício de funções como vice-presidente do grupo lhe tenha permitido demonstrar empenho e contribuir de forma válida para as atividades do grupo, o professor Luís Viseu e Melo frisa que esta nomeação não é necessariamente uma consequência direta dessa experiência. “Para além disto há um conjunto de condições que têm que estar reunidas: primeiro a confiança do grupo e da equipa da OCDE, alguma capacidade de diálogo e para fazer pontes entre diferentes pessoas e interesses, e, por fim, oportunidade”, afirma. A provar que todos estes aspetos confluíram está o facto de o docente ter sido convidado a apresentar a sua candidatura.
O docente do DF sublinha que “para um grupo que lida com políticas esta é uma ocasião muito particular”. E rapidamente explica porquê: “Por um lado, a aceleração da inovação e a mudança de paradigma que é a adoção generalizada de políticas de inovação orientadas para ‘missões’ em vez de orientadas para ‘tecnologias’, impõem a necessidade de ferramentas de apoio à decisão – assessment, forecasting, por exemplo – em prontidão, muito mais ágeis e orientadas de forma diferente”. “Por outro lado, a perceção que se instalou – e bem – ultimamente de que as grandes questões são globais exige espaços de diálogo e que permitam o desenvolvimento de ferramentas e soluções – nomeadamente regulação – em conjunto”, complementa.
No plano de trabalhos do professor Luís Viseu e Melo para 2022, está desde logo a conclusão dos projetos do biénio corrente, com a aprovação e publicação dos relatórios respetivos (Plataformas Colaborativas para Tecnologias Convergentes – em que o docente do Técnico está pessoalmente envolvido -, Princípios para uma Inovação responsável em Neurotecnologias, Bioeconomia Circular e Sustentável). Além disso, será também preparado o plano de trabalhos para o biénio seguinte (2023-2024). “Talvez a parte mais desafiante, pela sua componente estratégica”, assume o docente.