Ciência e Tecnologia

PSuperior: Da inovação do Big Data aos limites da privacidade

Questões como a legislação, a privacidade e a utilização das bases de dados foram alguns dos pontos em debate na talk do PSuperior desta segunda-feira, dia 30 de maio.

Esta segunda-feira, dia 30 de maio, o Jornal Público, a NTT DATA e o Técnico uniram sinergias para organizar a 6.ª Talk da 3.ª edição do PSuperior. Com um enfoque na inovação do big data (bases de dados complexas e de tamanho elevado) e os limites da privacidade, a sessão iniciava-se com a pergunta de partida “Estaremos seguros?”. A palestra contou com a presença do professor Mário Figueiredo, do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (DEEC) e investigador do Instituto de Telecomunicações (IT), de José Pombal, estudante do Mestrado em Engenharia e Ciência de Dados, Mauro Almeida, responsável da área de Cibersegurança na NTT DATA e de Maria de Lurdes Gonçalves, advogada da área de proteção de dados. A Talk decorreu no Auditório Abreu Faro, com transmissão em direto na página PSuperior Talks, no canal de Youtube e página de Facebook do Público.

Karla Pequenino, jornalista na área de tecnologia, moderou a sessão que se iniciou com uma mensagem de boas-vindas de Manuel Carvalho, diretor do Público, recordando a necessidade de saber distinguir a informação da desinformação, e chamar à atenção para o que a cedência de dados implica, sem que nos demos conta.

O presidente do Técnico, professor Rogério Colaço deu igualmente as boas-vindas a todos os presentes, realçando a temática em discussão como um assunto do presente, dado que “vivemos num mundo em que os dados têm uma importância cada vez maior” com impactos legais, éticos e deontológicos.

Desde a tomada de decisões adotadas apenas por um algoritmo à tomada de decisões por humanos e a inevitável relação com a cultura, política e legislações de cada país, foram muitas as questões levantadas neste evento. A legislação, segundo Maria de Lurdes Gonçalves, “regula também os dados pessoais e a utilização dos dados que diz respeito aos dados das pessoas” e deve ir acompanhando a evolução tecnológica, segundo argumentou Mauro Almeida.

A transação das bases de dados como base de uma atividade criminosa, como aspecto negativo, contrastou com o exemplo da aplicabilidade do big data à esfera da saúde, associado à inteligência artificial, numa perspetiva de comodidade e conforto de ter uma experiência personalizada e adaptada. Houve ainda espaço para a colocação de questões por parte da audiência ao painel sobre o RGPD e um questionamento sobre a fiscalização.

A fechar, o professor Mário Figueiredo questionou se seria ou não vantajoso abdicar de alguma privacidade em troca de alguma vantagem. Se sim, quanta? E de que modo? Relembrou ainda os aspectos positivos do big data e referiu que “não há nenhuma área da ciência que não tenha sido tocada pela inteligência artificial e machine learning (o que permite que algumas aplicações ou softwares consigam prever mais facilmente o resultado de uma determinada interação)”.

Para quem não teve a oportunidade de estar presente no evento ou pretenda rever a sessão, poderá ter acesso à transmissão em diferido.