Ciência e Tecnologia

Revista Physics of Plasmas destaca artigos com o contributo do grupo de investigação do Departamento de Física

Os artigos "Laser-driven, ion-scale magnetospheres in laboratory plasmas" foram publicados recentemente na revista científica pertencente ao AIP.

Os artigos “Laser-driven, ion-scale magnetospheres in laboratory plasmas” surgem em destaque na revista Physics of Plasmas, do American Institute of Physics (AIP), reportando às edições de março e abril do corrente ano, e contaram com a participação da equipa do Departamento de Física (DF), com o contributo do mestrando de Engenharia Física e Tecnológica, Filipe Cruz, o professor Luís Oliveira Silva e o alumnus Fábio Cruz.

Os artigos foram divididos em duas etapas de investigação. Uma primeira “I. Experimental platform and first results”, que partiu da experiência e validação do método do estudo da magnetoesfera, que se estende pelo espaço e permite que exista vida própria no Planeta, ao bloquear raios cósmicos letais e as partículas do sol e das estrelas, e que foi realizada na Califórnia. E uma segunda parte “II. Particle-in-cell simulations”, que teve uma contribuição significativa do Técnico, através da realização de simulações com diferentes parâmetros, realizada através de um código (OSIRIS), criado e desenvolvido pelo Técnico e a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), e que veio a confirmar os dados das experiências iniciais.

“A grande inovação é que, a partir de agora, é possível estudar estes temas em 3D. Conseguimos fazer mais diagnósticos e perceber como é que se formam estes sistemas. Em laboratório conseguimos ter uma ideia de como é que a magnetosfera se forma na Terra”, esclarece Filipe Cruz.

Mas existem diversas aplicações que podem beneficiar deste estudo. Segundo o investigador, “tem crescido o interesse para a questão das mini-magnetosfera, porque foi sugerido há alguns anos atrás algumas possíveis aplicações para estes sistemas. Um deles seria agarrar numa nave espacial e criar a sua própria magnetosfera e, assim, proteger os astronautas da radiação cósmica do espaço, o que poderia permitir viagens de longa duração em que os astronautas estariam muito mais protegidos da radiação cósmica e perigosa para a vida humana”, refere.

Este estudo foi realizado em parceria com cientistas Universidade de Princeton, da UCLA e do Técnico e pretende-se que este estudo alargue ainda mais outros campos de pesquisa e investigação, no futuro.