Ciência e Tecnologia

Técnico integra projeto para desenvolver jogos baseados na localização para património cultural

Novo projeto europeu de investigação inclui Museu de História Natural do Funchal num processo que pretende revolucionar a forma como vivenciamos os sítios do património cultural.

O projeto de investigação LoGaCulture (Locative Games for Cultural Heritage), financiado pelo programa Horizon Europe, arrancou em abril no Museu de História Natural do Funchal, na Madeira. Este projecto explora a forma como uma nova geração de jogos inovadores baseados na geolocalização (ou jogos locativos), poderão beneficiar a sociedade europeia através dos seus locais de património cultural.

Valentina Nisi, Professora Associada e investigadora no Instituto de Tecnologias Interactivas e no Instituto Superior Técnico, lidera o consórcio que reúne líderes académicos europeus em experiências locativas digitais. Entre os especialistas estão a Universidade de Southampton, a Universidade de Bournemouth, o Trinity College Dublin, a Universidade de Ciências Aplicadas de RheinMain, o Município do Funchal, o European Centre for Cultural Organisation and Management e a Senckenberg Society for Nature Research.


O que são jogos locativos?
Os jogos locativos existem há duas décadas e estão no processo de entrada no mercado. Normalmente, são aplicações ou sítios Web acedidos através de um smartphone sensível à localização, com conteúdos e interacções que são desencadeados por locais. Os jogos locativos do património cultural assumem a forma de visitas digitais, jogos narrativos, literatura locativa ou puzzles interactivos em sítios do património cultural, permitindo aos visitantes ver os locais “com novos olhos”, revelando aspectos ocultos e criando novos tipos de interacção.

A LoGaCulture irá explorar estruturas e tecnologias em alguns dos sítios culturais da Europa. “Seleccionámos quatro sítios do património cultural como estudos de caso. São eles o Avebury Stone Circle and Landscape (Reino Unido), o Museu de História Natural do Funchal (Portugal), a Batalha de Boyne e a Colina de Tara (Irlanda), e o Instituto de Investigação Senckenberg e o Museu de História Natural de Frankfurt/M. (Alemanha)”, revela Valentina Nisi. O projecto ajudará a garantir que as propostas abrangem uma série de impactos positivos, utilizando os jogos como uma forma nova e estimulante de os cidadãos beneficiarem do património cultural único e valioso da Europa.


Visitantes pós-pandemia
À medida que os europeus se reajustam ao lento fim da pandemia, alguns redescobrem os seus anteriores padrões de visita, mas estão também a surgir novos comportamentos em relação a eventos híbridos e a visitas. “É necessário reavaliar o papel das tecnologias digitais para atrair o público de volta ao seu património cultural e, ao mesmo tempo, proporcionar-lhes modos híbridos de participação e visita que se adaptem às suas necessidades no século XXI”, acrescenta Valentina Nisi.