Ciência e Tecnologia

Trabalho de investigadores do CERIS promove o conhecimento sobre o risco de catástrofes

No dia em que se assinala Dia Internacional para a Redução de Grandes Catástrofes Naturais damos a conhecer o trabalho desenvolvido por dois investigadores do Técnico que ajuda a sensibilizar e educar a população para esta temática.

Segundo um estudo levado a cabo pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) em conjunto com 15 agências e instituições internacionais, os desastres naturais associados ao clima causaram mais de dois milhões de mortos, 70% deles em países menos desenvolvidos. O relatório deste estudo foi divulgado esta terça-feira, 13 de outubro, Dia Internacional para a Redução de Grandes Catástrofes Naturais (IDDR, na sigla em inglês).

Esta data comemorativa,  instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), pretende sensibilizar governos, organizações e cidadãos para a necessidade de desenvolverem ações que contribuam para prevenir riscos e reduzir vulnerabilidades, aumentando a resiliência das comunidades e a capacidade de antecipação e resposta face à ocorrência de acidente graves ou catástrofes. Também no Técnico este assunto é uma preocupação e a base de vários trabalhos de investigação. Os vários projetos desenvolvidos pelo professor Carlos Sousa Oliveira e Mónica Amaral Ferreira, investigadores do CERIS- Investigação e Inovação em Engenharia Civil para a Sustentabilidade, são exemplos que demonstram a capacidade da escola converter o conhecimento na área do risco sísmico e de tsunamis em material de sensibilização e educação.

O jogo online Treme-Treme 2.0, lançado em 2015, é um dos frutos do trabalho desenvolvido pelos dois investigadores do CERIS em conjunto com uma equipa do Grupo de Agentes e Personagens Sintéticas (GAIPS-INESC-ID), composta  pelo professor Rui Prada e os alunos de mestrado Pedro Barreto,Duarte Botelho e Inês Batina. Apesar de ser destinado a crianças entre os sete e os nove anos, o jogo também ajuda os adultos a relembrar conceitos relacionados com o risco sísmico e a recordar o que fazer antes, durante e depois de um tremor de terra. “O jogo apresenta-se agora com mais dois níveis- o tsunami e a noite- e no final de cada nível existe um quizz que testa os conhecimentos adquiridos”, refere a investigadora Mónica Ferreira.  O jogo, está disponível em Português, Inglês, Italiano, Francês e Espanhol, e até hoje apenas podia ser jogado no site, e de forma gratuita, mas de forma a assinalar a data passa também a estar  disponível uma versão para Android.

A investigadora Mónica Amaral Ferreira tem participado em diversas sessões e atividades em escolas, museus, festivais e exposições, promovendo e utilizando o jogo Treme-Treme, e lança agora também dois manuais que pretendem colmatar a escassez de material didático e de atividades nesta área. Os dois manuais surgem no âmbito do Projeto Escolas Resilientes aos Sismos no Território do Algarve e de Huelva (PERSISTAH) e apoiam a formação de crianças e professores nestas matérias.  “O guião educativo ‘Por que é que o chão se move?’ foi concebido para apoiar a formação de professores, da área educativa do 1.º Ciclo do Ensino Básico, que queiram melhorar os seus conhecimentos e desenvolver atividades sobre o risco sísmico e de tsunami com os alunos; e o ‘Guia Prático Escola Resiliente aos Sismos ‘formaliza um plano de mitigação que pode ser replicado a todos os equipamentos de ensino independentemente do nível de ensino, possibilitando o aumento da resiliência sísmica da comunidade escolar”, explica a investigadora do CERIS. Os manuais estarão disponíveis, em Português, Espanhol e Inglês, no site do Treme-Treme.

“Uma das formas de reduzir o impacto dos fenómenos naturais, passa por melhorar a educação, a aprendizagem e a sensibilização da população. É essencial promover de forma lúdica a sensibilização de crianças e jovens para o tema da redução do risco de catástrofes”, realça Mónica Ferreira. Para  investigadora do CERIS “assinalar o Dia Internacional para a Redução de Catástrofes e ter uma boa governança para a redução do risco de desastres é da maior importância para criarmos melhores sistemas de prevenção e resposta a desastre”.