O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores – Microsistemas e Nanotecnologias (INESC MN), unidade de investigação do Instituto Superior Técnico, assegurou um financiamento base de 2,58 milhões de euros enquanto Centro de Tecnologia e Inovação (CTI) certificado pela Agência Nacional de Inovação (ANI).
Este apoio enquadra-se na Missão Interface, lançada no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), cujo principal objetivo é aprofundar a rede de instituições de interface entre o sistema académico, científico e tecnológico e o tecido empresarial português. O financiamento será atribuído por um período de três anos, até 2026, com o INESC MN a antever o seu uso “na capacitação técnica e humana na área da microeletrónica”, bem como na “qualificação de recursos humanos em áreas inovadoras de interesse às empresas nacionais e internacionais”.
“A atribuição do selo CTI reforça o reconhecimento e divulgação do INESC MN enquanto agente de inovação e intermediário entre a academia e a indústria”, comenta Susana Freitas, investigadora desta unidade e professora do Técnico. A atribuição do selo CTI permitirá “abordar de forma mais dirigida a indústria nacional, já que até agora temos tido muito mais facilidade em colaborar com empresas internacionais da área de sensores e microelectrónica”, prossegue a docente.
O financiamento permitirá ainda “a execução estratégica do INESC MN”, com uma “expansão gradual das atividades em micro e nanofabricação, incluindo a infraestrutura, contratação e capacitação de recursos humanos e novas áreas de investigação e atuação”. Susana Freitas destaca também que “a aquisição de novos equipamentos para fabrico de micro e nanoestruturas (em bolachas de silício de 200mm) permitirá qualificar novos processos, consolidar serviços e reforçar a formação de recursos humanos especializados em microelectrónica”.
Para a manutenção desta certificação, o INESC MN produzirá semestralmente relatórios de progresso, a serem avaliados pela Agência Nacional de Inovação. Estes relatórios monitorizarão a execução técnica e financeira da estratégia adotada pela unidade de investigação, bem como os resultados obtidos e eventuais desvios. Nesta unidade de investigação, a gestão de inovação será assegurada por Ricardo Cabeça, alumnus do Técnico também responsável pela implementação das metodologias industriais.
Segundo Susana Freitas, as áreas centrais de investigação do INESC MN são: “ spintrónica e sensores magnéticos; dispositivos microeletromecânicos (MEMS); interfaces e circuitos avançados para sensores combinadas com sistemas microfluídicos, envolvendo novas linhas de investigação nas áreas de electrónica orgânica e flexível, nanofotónica e materiais avançados semicondutores”. Relativamente aos campos da saúde e da biotecnologia, “o crescente número de spin-offs e empresas inovadoras” destas áreas “é um incentivo para que o INESC MN ambicione ser um parceiro preferencial dessas empresas nacionais e contribua para a sua competitividade a nível internacional”, acrescenta a investigadora.