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Concerto “Diálogos entre a Engenharia e a Música”

Live Streaming

Concerto Orquestra da Ópera na Academia e na Cidade, 21h, online.

Concerto Orquestra da Ópera na Academia e na Cidade
“Diálogos entre a Engenharia e a Música”
2 dez. 2020 – 21h00
Live streaming a partir do Auditório do Conservatório de Música do Porto

Acontece esta quarta feira, 2 de dezembro, o “Concerto dos Investigadores” pela Orquestra da Ópera na Academia e na Cidade (OAC). Sob a direção do maestro José Ferreira Lobo, será apresentado um programa que inclui as obras “Fandango do Quinteto em Ré Maior” de L. Bocherinni, “Goyescas (Intermezzo)” de E. Granados, “O Amor Bruxo” de M. de Falla. Será solista (guitarra) e narrador Sérgio Cunha.
O concerto será transmitido em live streaming (link) a partir do Auditório do Conservatório de Música do Porto, sem presença de público no local.

O Concerto dos Investigadores é uma parceria entre o Comissariado Cultural da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto FEUP e o Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, com as unidades de investigação FEUP: CEFT, CITTA, CONSTRUCT, LEPABE, LIACC, LSRE-LCM, os institutos de interface INESC TEC e IC – Instituto da Construção da FEUP e as unidades de investigação do Técnico Lisboa: CEAFEL, CAMGSD, CENTRA, MARETEC, C2TN, CENTEC, CEG-IST, IN+, CeFEMA, CFTP, CEMAT, CQE, CERENA, CiTUA, iBB, IDMEC, INESC-ID, INESC-MN, IPFN, ISR Lisboa, IT, CERIS, LIP e ITI.

Mais informações: ccultur@fe.up.pt

 

Sobre o concerto
Luigi Boccherini nasceu a 19 de fevereiro de 1743 em Lucca, em Itália. A partir de 1768 fixou-se em Espanha tendo vindo a obter mais tarde a nacionalidade espanhola, veio a morrer em Madrid em com 62 anos.
Sendo seu pai violoncelista e contrabaixista, cedo aprendeu a tocar violoncelo, instrumento do qual era um grande virtuoso. Em Espanha trabalhou para o Infante D. Luis, filho de Fernando III.
Deixou-se influenciar pela música popular espanhola que introduziu nas suas obras. É o caso deste quinteto para guitarra e cordas nº 4 do qual vamos escutar o terceiro, e final, andamento. Começa com uma introdução lenta que se vai transformando numa dança a dois com o ritmo do fandango espanhol. Esta dança costumava ser tocada em guitarras com acompanhamento de castanholas. Boccherini incluiu uma parte de castanholas na partitura que é tocada opcionalmente. É uma música de grande engenho e alegria em que o lado popular contagiou a música dita “erudita” como tanto aconteceu nos séculos XVIII e XIX.
Pantaleón Enrique Joaquín Granados Campiña (27 de julho de 1867 – 24 março de 1916), foi um compositor e pianista nascido em Lleida, o seu falecimento trágico deu-se no regresso de uma viagem aos Estados Unidos da América quando o seu navio foi torpedeado por um submarino alemão em plena Primeira Guerra Mundial, na tentativa desesperada de salvar a sua mulher atirou-se ao mar numa pequena jangada que soçobrou quando, por ironia do destino, a parte do navio onde Granados estava não se afundou e os restantes passageiros desta secção do navio se salvaram.
Granados oscilou entre o romantismo europeu e o nacionalismo espanhol. As suas Goyescas op. 11 são uma suite para piano inspirada nas obras do grande pintor Goya cuja conclusão data de 1911. Em 1916, ano da sua morte, estreou-se a ópera Goyescas baseada nas melodias da suíte para piano. Nesta obra cruzam-se influências eruditas e populares. Este intermezzo tem a particularidade de começar de forma muito enfática caindo imediatamente numa melodia muito lírica entoada pelas cordas que, depois, se desenvolve em diálogo com as madeiras, suscitando imagens contemplativas e poéticas muito ligadas à imagética de Espanha e coroadas com passagens épicas dos metais em cores de grande festa espanhola. Uma Espanha vivida por um compositor nascido na sua cultura sem os exotismos artificiais que tantos compositores exteriores a Espanha pintaram.
M. Falla, (1876-1946, nascido em Cádis e falecido em Alta Gracia na Argentina) é um dos expoentes máximos da música nacional espanhola. Neste concerto apresentamos uma dança e a suíte El Amor Brujo, obras em que o sentido inato do ritmo de Manuel de Falla são patentes.
O Amor Brujo, ou Amor Enfeitiçado, é um bailado composto na sua versão de câmara em 1915 e depois orquestrado em 1925. É uma obra de grande influência andaluza, não só no tema dos amores e desamores ciganos, como nas influências musicais. A suíte alterna entre a alegria e a tragédia inescapável do destino amaldiçoado de todos os amores trágicos do nacionalismo espanhol.
Este é um concerto de grande unidade com um percurso através dos tempos e da música de Espanha. Um concerto de esperança num momento sombrio. Que a luz da Ibéria seja a luz que aquece a alma de quem escuta estas belíssimas melodias.