Quando se ouve dizer que um aluno ingressou com nota 20 no Ensino Superior segue-se uma reação de espanto ou uma pergunta que o revela de igual modo: “Mas tirou 20 a tudo mesmo?”. Parece inacreditável, mas é possível, e que o digam os seis alunos que entraram este ano no Técnico, que além de 20 como média de secundário, repetiram o feito nas provas de ingresso. Soa até a extremamente simples quando ouvimos os obreiros destas médias falar dos “segredos sem segredo” deste sucesso. Joana Araújo e Gonçalo Monteiro são donos de duas das médias mais altas do país e escolheram o Técnico para continuar a aprender e a superar-se. Consigo trazem muitos sonhos e um brilhozinho nos olhos inegável, não tivessem eles acabado de cruzar uma das metas mais importantes das suas vidas e com todo o louvor.
No 5.º ano quando lhe pediram para fazer uma ilustração sobre a sua profissão de sonho, Joana Araújo desenhou algo semelhante com um Engenheiro Aeroespacial. Muitos anos depois, e mesmo que quase se tenha desviado deste sonho, chega ao Técnico cheia de vontade de o materializar em conhecimento. “É um curso que alia duas das minhas grandes paixões: Física e Matemática”, refere. Adorou todas as disciplinas do secundário algo que “facilitou e muito” os ótimos resultados que atingiu, mas foi em Engenharia Aeroespacial que percebeu que no futuro poderia trazer alguma transformação para o mundo”.
De Santa Maria, nos Açores, Joana Araújo traz um sotaque muito suave e convicções muito fortes, uma delas é a de que quer fazer a diferença. Conta com os professores do Técnico para lhe transmitirem “os valores” e “as ferramentas” para tal. Vê os professores com orientadores de futuro, não fossem os seus docentes do secundário os grandes responsáveis pela escolha do Técnico. “A minha escola está longe de estar no topo dos rankings das melhores escolas, mas para mim, será sempre das melhores porque foi lá que encontrei os professores que me entusiasmaram por estas áreas, que me mostraram onde é que poderia desenvolver o meu potencial”, vinca a aluna.
Joana Araújo acredita que este é o verdadeiro segredo para se ser uma aluna nota 20: o gosto por aquilo que se estuda, mas claro, temperado com alguma dedicação. Já para Gonçalo Monteiro que ingressa em Engenharia Biomédica é tudo uma questão de equilíbrio: “É preciso ir gerindo o que temos para fazer e quando precisamos mesmo de estudar, fazê-lo a sério. Mas a vida não é só estudar, há tempo para tudo”, vinca.
Foi “mais ou menos há dois anos” que o agora aluno do Técnico decidiu que queria estudar Engenharia Biomédica e explica porquê: “é um curso muito interessante, com muito futuro pela frente, que irá crescer ainda mais nos próximos anos”. No seu boletim de candidatura, todos os cursos eram do Técnico até porque com esta nota de ingresso dificilmente não entraria na sua primeira opção. “Confesso que o resto foi um pouco para ocupar espaço”, afirma sorridente.
As sensações do presente são tão boas que os dois alunos não querem para já intentar muito sobre o futuro, sendo claro impossível não ter expetativas sobre o caminho que se lhes segue. “Tenho muito boas expetativas em relação ao curso, espero aprender muito”, refere Gonçalo Monteiro. Os dois alunos estudaram bem a lição sobre o Técnico e por isso sabem que os espera a exigência e muito trabalho, e de que estarão “rodeados de alunos muito bons”. Nada disto os intimida, bem pelo contrário desafia-os a irem ainda mais longe.