Campus e Comunidade

A arte de empreender explicada por Daniel Vila Boa e Vasco Portugal

Além da partilha das aventuras e desventuras dos empreendedores convidados, esta 6ª edição das Alumni E. Stories foi também uma oportunidade para destacar alguns dos benefícios inerentes à participação na European Innovation Academy.

Audácia, resiliência, vontade de criar e de deixar uma marca própria- são traços que indubitavelmente encontramos em qualquer empreendedor. Daniel Vila Boa e Vasco Portugal, antigos alunos da escola, não são exceção e a conversa desta terça-feira, 23 de abril, comprovou-o. Esta edição das Alumni E- Stories – inserida no ciclo de eventos “Road2EIA@Técnico – How to be an innovator!”, organizados pela Área de Transferência de Tecnologia– tinha a dupla função de inspirar e sensibilizar os alunos para as valências acopladas ao empreendedorismo, e que não passam apenas pela capacidade de criar uma empresa.

De sorriso no rosto, e numa conversa descontraída e informal, os antigos alunos viajaram no tempo partilhando as motivações que os guiaram, os “saltos maiores que as pernas” que foram dando, e a aprendizagem amealhada. Apesar de se terem conhecido minutos antes, Daniel Vila Boa e Vasco Portugal rapidamente encontraram detalhes que os ligavam, tornando-se muito fácil fazer a conversa fluir entre a experiência individual de cada um- que tanta vez se assemelhou à do outro- e os desafios do ato de empreender. A tónica central da conversa foi, claro, a essência dos projetos que lideram e a inovação que têm sido capazes de gerar.

Vasco Portugal, co-fundador da Sensei Tech e antigo aluno de Engenharia de Sistemas no Técnico, começou por contar a história que levou à criação da empresa e não esqueceu o caminho individual que percorreu até então. Antes do êxito da Sensei, antecederam-se outros projetos de empreendedorismo de onde o antigo aluno do Técnico retirou as lições que hoje em dia vão fazendo a diferença na liderança da startup. “Cada empresa cria condições para aquela que se segue. Há toda uma vertente de lições aprendidas. Errar várias vezes permitiu-me saber o que vem a seguir nas novas empresas. São lições que dificilmente obtemos em outro contexto”, declarava o alumnus. “A verdade no negócio nem sempre é explícita, principalmente quando trabalhamos com coisas inovadoras. E com o tempo e a experiência vamos adquirindo essa sensibilidade que é fundamental para perceber o cliente”, acrescentava de seguida. Enfatizando o poder da equipa por detrás da Sensei, confessava que os seus parceiros de aventura têm competências e personalidades que encaixam muito bem. “Em termos de personalidade somos complementares, a combinação de competências individuais e técnicas é o segredo da nossa empresa”, afirmou.

“Eu nunca quis ser empreendedor, nunca foi algo planeado, aconteceu”, recordava Daniel Vila Boa, fundador da Chilltime e antigo aluno de Engenharia Informática. A aventura pelo empreendedorismo surgiu-lhe naturalmente quando ainda era aluno do Técnico e não a desperdiçou. “Lembro-me que as folhas dos meus cadernos estavam divididas em duas partes: um lado com as minhas ideias e outro com apontamentos das aulas. A das ideias estava sempre mais preenchida que a da matéria” recordava, despertando algumas gargalhadas na audiência. Apresentando o vasto leque de serviços prestado pela sua empresa de desenvolvimento de produto, o antigo aluno do Técnico não se coibiu de expor alguns erros que foi cometendo, mas que- tal o seu colega de conversa realçou- contribuíram para aprendizagem que foi adquirindo e que lhe permite ter “outro discernimento em determinados momentos”.

Enquanto mentor da European Innovation Academy (EIA)– e porque era também este um dos motes da iniciativa-  coube também a Daniel Vila Boa transmitir a essência do programa e as mais-valias que podem ser retiradas do mesmo. “A EIA está extremamente bem estruturada e permite-vos depois do programa criarem a vossa empresa ou simplesmente serem empreendedores nas empresas em que vão trabalhar”, frisava o fundador da Chilltime.  Enumerando as várias vantagens associadas à participação, mas destacando a rede de contactos que se cria como a mais importante de todas, Daniel Vila Boa asseverava: “ficam a conhecer pessoas de todo o mundo, extremamente boas em várias áreas, e ficam com o contacto dessas pessoas que mais tarde serão a vossa ponte de ligação ao mundo”. Fazendo referência a algumas das dinâmicas e desafios que compõem o programa, o antigo aluno frisava: “É uma experiência que vos leva a um conhecimento pessoal muito grande. Apesar de não ter uma ligação tão direta com a EIA, Vasco Portugal não hesitou em “meter-se na conversa” para destacar que as redes de contactos são essenciais na prossecução de uma carreira de sucesso, e principalmente quando falamos de empreendedorismo: “É importante ter pessoas muito boas ao nosso lado que ajudem a construir aquela ideia, mas é igualmente essencial ter contactos que nos ajudem a levar a ideia aos sítios certos”.

Depois de um aplauso que refletia a admiração e entusiasmo gerados pelos convidados do evento – apoiado pelo Santander Universidades- , foram relembradas as 30 bolsas para participação na EIA que o Técnico está a oferecer aos seus alunos, e fornecidas algumas dicas acerca dos procedimentos de candidatura e seleção para as mesmas.