Campus e Comunidade

Empreender para melhorar o mundo

Foi este o ponto de partida da conversa de mais uma edição do Alumni E. Stories, mas também a motivação de Sérgio Ribeiro e Ricardo Santos para criarem as suas próprias empresas.

Dois empreendedores em áreas distintas mas cada vez mais cruciais, que têm em comum a formação do Técnico e a vontade de melhorar o mundo, protagonizaram mais uma edição do evento Alumni E.Stories. Sérgio Ribeiro, CEO e co-founder da Planetiers e Ricardo Santos, CEO e co-founder da Heptasense, não se conheciam, apesar das suas empresas estarem sediadas na StartupLisboa, ainda assim a conversa desta quarta-feira, 21 de fevereiro, rapidamente fluiu e encantou os participantes da sessão.

O  evento organizado pelo NAPE em parceira com o Técnico Alumni Network tem vindo a revelar-se um conceito vencedor tanto pela adesão que tem registado como pela partilha de histórias que se propicia, e desta vez teve até direito a um novo cenário. O mercado, as oportunidades, os elos que se criam e se revelam “tão importantes”, o ecossistema português, ou o potencial de crescimento das suas empresas pautaram os testemunhos dos dois jovens, mas já tão experientes empreendedores. A conversa nunca se circunscreveu durante muito tempo ao mesmo assunto, e nem podia ser visto que havia tanto para contar.

Sérgio Ribeiro, alumnus de Engenharia Biológica, sempre quis “fazer alguma coisa com impacto no mundo e inovar” e a engenharia abria-lhe o leque de hipóteses. Além disso é um ótimo comunicador que facilmente prende o ouvinte nas várias aventuras que tem vivido desde a criação da Planetiers, a plataforma que agrega informação, produtos e serviços na área da sustentabilidade. “O mercado é um bocadinho como um quarto escuro, quando nos lançamos não sabemos o que vamos encontrar”, afirma o CEO da Planetiers. E por isso mesmo “é preciso ser resiliente, e o Técnico deu muito disso, ensinou-me a persistir, a desenrascar-me”, vinca de seguida. Feliz a fazer aquilo que faz, é o primeiro a acreditar naquilo que faz, e diz que isso é um ingrediente essencial no sucesso. Não é por isso que camufla as dificuldades na vida de empreendedor. A falta de tempo, as portas fechadas, as grandes probabilidades de falhar são algumas das “cargas” na bagagem de quem decide fazer esta viagem. “Mas na vida é preciso termos essa liberdade para falhar, para lutar por aquilo que queremos”, frisou várias vezes o Sérgio Ribeiro.

Também Ricardo Santos, alumnus de engenharia eletrotécnica e de computadores, coloca no topo das motivações para ter optado pelo empreendedorismo o facto “de querer resolver um problema no mundo”. Ele que nunca trabalhou por conta de outrém, que viu um dos seus primeiros projetos falhar, lidera hoje uma empresa na área da inteligência artificial, concebendo um software avançado de reconhecimento tridimensional de gestos, que permite às empresas tirar um partido das câmaras de segurança. A Heptasense tem convencido o mercado externo e “como português não foi difícil chegar lá fora”, esclarece o CEO. Existem muitas oportunidades à espera das empresas portuguesas”, acrescenta. E nessa procura de “portas abertas” o mais importante para Ricardo Santos são as pessoas: “É muito importante criar relações, termos contactos que nos levem até às pessoas certas”. E é também na entrega que ele e as pessoas que trabalham consigo que Ricardo acredita que reside grande parte do êxito. “Se houver entrega pessoal as coisas vão resultar”, destaca.

Os testemunhos dos dois alumni completavam-se sempre. Sérgio Ribeiro, recorrendo tantas vezes a analogias, guiou quase sempre o diálogo partilhando ideais essenciais nesta “montanha russa” de empreender. Ricardo Santos, por sua vez, pontuava sempre todos os tópicos com um episódio muito prático que dificilmente deixava o sentido de humor dos presentes indiferentes. Ambos já tinha desvendado metas futuras para as suas empresas. “Não faz sentido sermos menos ambiciosos do que expandirmos internacionalmente, adiantou o CEO da Planetiers. No entanto, um dos participantes da sessão quer saber mais e questiona como se vêm daqui a 10 anos. E as respostas voltam a cruzar-se: uma década depois continuarão a ser os CEO da Planetiers e da Heptasense, que por sua vez serão “muito mais do que aquilo que são agora”.