A área de exposição da Web Summit é um autêntico ringue de combate pela atenção dos participantes. Desde o design dos stands até às demonstrações que compõem os mesmos, e não esquecendo os brindes que se distribuem, tudo serve para cativar a atenção de quem passa no corredor. Nesta edição do evento o arrojo dos stands foi o mais notório de sempre, com a EDP e a SAP a disputarem o primeiro lugar dos stands mais chamativos e dinâmicos. O objetivo final de toda esta aposta das empresas passa por divulgar novos produtos, fazer contactos com possíveis parceiros, estar perto da vanguarda da tecnologia e em alguns casos para recrutar talento. E se algumas destas empresas deixam bem expresso este objetivo nos seus stands, através das equipas de recrutamento presentes e nos brindes que oferecem, outras, de forma mais disfarçada, aproveitavam as muitas conversas que se estabelecem para piscar o olho ao talento e “scanear” o perfil apetecível de muitos participantes. O potencial dos alunos e graduados do Técnico não passa despercebido a estas empresas.
A Xpand IT tem sido uma presença assídua nos últimos anos da Web Summit, e a experiência tem permitido a Rui Maia, responsável de recursos humanos da empresa e antigo aluno do Técnico perceber que este é também um palco apetecível para recrutar talento. Por isso mesmo, este ano a spin-off do Técnico resolveu mudar a estratégia e assumir esta vontade de recrutar como mote principal desta presença. “Temos um stand mais virado para a área de recrutamento e não tanto para a área de negócio como em anos anteriores”, explica o responsável de recursos humanos. “Isto tem-se refletido numa maior afluência. Temos muitas pessoas a procurar-nos, e temos constatado também que efetivamente há muita gente de outros países à procura de emprego em Portugal”, acrescenta o alumnus. Esta afluência e o facto de também terem conseguido ao longo do evento “manter o contacto com pessoas que nos têm vindo a acompanhar ao longo destes anos, como o Técnico, por exemplo”, tornam o balanço desta edição muito positivo. Mas afinal que tipo de perfil procura a spin-off do Técnico? Rui Maia responde: “o nosso capital humano passa muito pela área da engenharia, mais em particular da Engenharia Informática. Começámos também a recrutar alunos de Engenharia Informática e de Eletrotécnica e de Computadores, uma vez que estes detêm “algumas valências interessantes sobretudo na área de data science e machine learning em que estamos a apostar.
Nos processos de recrutamento há sempre dois lados, e se ao empregador cabe a palavra final, os trabalhadores da área de Tecnologias da Informação são uma matéria cada vez mais valiosa no mercado, e por isso mesmo é também importante ter argumentos que os cativem. Rui Maia sabe disso e garante que na Xpand IT “estes talentos conseguem encontrar um ecossistema onde conseguem desenvolver os conhecimentos que adquiram na universidade. Conseguimos orientá-los de forma a tirar partido daquilo que sabem, do que gostam de fazer e ainda desenvolver outras valências de forma a que o desenvolvimento do talento beneficie ambas as partes, e os trabalhadores se sintam motivados diariamente com o seu trabalho”, vinca o alumnus. Ao longo dos três dias foram muitos os alunos do Técnico que passaram pelo stand desta empresa de consultoria e serviços em tecnologias de informação, e Rui Maia não nega que o perfil dos alunos da escola são muito atrativos para as empresas da área.
Também Marta Pinheiro, Talent Acquisition Lead da Accenture Portugal, assume o grande valor dado à formação do Técnico nos processos de recrutamento da empresa. “Recrutamos cerca de 100 pessoas do Técnico por ano e para praticamente todas as nossas áreas”, começa por frisar. “ Além disso, há também vários alunos do Técnico a fazer os nossos estágios de verão”, acrescenta de seguida. “Vemos nos alunos que saem desta escola uma grande preparação. São pessoas que vem muito orientadas para encontrar a solução, muito proativas e muito independentes. Por outro lado, gostamos muito da diversidade de perfis e backgrounds, e por isso acabamos por recrutar em todo o tipo de engenharias”, refere Marta Pinheiro. Numa altura em que se fala sobre muito sobre o número de empregos que a Inteligência Artificial e a automação vão fazer desaparecer, a Talent Acquisition Lead da Accenture Portugal frisa que o que distingue os humanos do robô “é a capacidade de nos adaptarmos. “O ser humano tem de ter a capacidade e a resiliência de adaptação a novos ambientes, é isso que valorizamos nas pessoas que recrutamos e é algo que encontramos muito nos alunos do Técnico”, salienta Marta Pinheiro.
Consciente do potencial que carateriza os participantes da Web Summit, este ano a Accenture decidiu recrutar uma equipa de “talent busters” para caçar talentos. “Temos também uma equipa da Accenture responsável pelo recrutamento aqui presente”, destaca Marta Pinheiro.” “Esta edição tem sido mesmo muito interessante para recrutamento, têm aparecido muitos estudantes, sem experiência e que querem trabalhar na Accenture, e portanto tem sido muito positivo”, partilha de seguida a Talent Acquisition Lead da Accenture Portugal que confessa ver com muitos bons olhos a presença do Técnico na cimeira tecnológica.
Pelo stand da everis também tem passado muito talento, e apesar de o recrutamento não ser o foco desta participação na Web Summit, quando uma comitiva do Técnico passa por lá é impossível não falar do tema. Deixando a ressalva de que o que vai dizer pode parecer um bocadinho enviesado, uma vez que também ele é antigo aluno do Técnico, Tiago Barros, Partner da everis, afirma que “por acreditarmos que o talento é um ativo fundamental em todas as companhias, e sabendo que o Técnico é uma universidade de referência, recrutar os seus graduados é para nós fundamental”. “O Técnico é talvez a escola com quem temos desde há mais tempo uma relação de parceria, continua a ser a nossa principal fonte de recrutamento de jovens”, complementa ainda o alumnus.
Quanto à participação nesta edição da Web Summit, o Partner da everis refere que “sendo este o maior evento de tecnologia da Europa, e sendo esta uma consultora de Tecnologias de Informação tínhamos que estar presentes”. “A relação com as startups é também um foco na everis, e temos o nosso próprio programa de aproximação às startups do panorama nacional e isso justifica também a nossa presença”, destaca ainda, fazendo um balanço bastante positivo desta participação.