Campus e Comunidade

Alumni celebram as “bodas de prata” da passagem pelo Técnico

Setenta antigos alunos da Licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores juntaram-se para reviver os tempos que passaram na Escola através de um programa diverso e solidário.

Há 25 anos terminavam como alunos uma jornada memorável repleta por muita aprendizagem aos mais diversos níveis. Não esquecem o momento, os conhecimentos que levaram, as histórias e pessoas que os marcaram, e como tudo isso foi determinante nas pessoas e profissionais que se tornaram. É essa importância que os faz regressar regularmente ao Técnico, e que torna as celebrações com as do passado sábado, 20 de outubro, especiais.  Os setenta alumni da turma de 1988-1993 da Licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores que aceitaram o convite da organização têm um passado em comum e tiveram bem presente uma “vontade de regressar”, de “recordar” e “comemorar”.  O palco do evento foi, como não podia deixar de ser, o Técnico, e além da comemoração a iniciativa revestiu-se de um cariz solidário que a tornou ainda mais memorável.

O desenho deste encontro foi traçado ao pormenor. Além de uma eucaristia, o programa foi pautado por vários momentos, alguns deles improvisados ao sabor das memórias e vontades dos participantes. No jantar, antecedido por uma visita ao Museu Faraday, fizeram também questão de estar presentes alguns docentes que marcaram o percurso académico dos alumni, como o professor Luís Correia, o professor Carlos Ferreira Fernandes e o professor Moisés Piedade.  A boa disposição tornou-se evidente no momento em que se exibiu um vídeo que congregava as caricaturas de todos os que terminaram o curso naquele ano. “Foi muito bom, a oportunidade de voltar a uma “casa” onde durante cinco anos muitos professores me deram muito, trabalhei muito, mas também cresci muito”, afirmou o antigo aluno Filipe Martins, que acabou por seguir o caminho do sacerdócio e por isso assumiu o papel de conduzir a missa de celebração.

Quando questionamos José Pascoal, um dos elementos da organização, acerca do momento mais marcante do evento, o alumnus não hesita em destacar “o reencontro de colegas que não víamos há anos”. Porém no decorrer da conversa acaba por referir também a ida ao GA2, que define como “um momento nostálgico e divertido”. “Nostálgico por voltarmo-nos a sentar naquelas cadeiras… e divertido porque o professor Custódio Peixeiro foi para o quadro e começou a escrever as equações de Maxwell com todos nós a olhar para o quadro, e a perceber que passados 25 anos continuamos a tentar compreendê-las”, relata em tom de brincadeira.

No guião do evento não faltaram, claro, os momentos de partilha das memórias comuns a muitos: “Lembrámo-nos de situações divertidas que aconteceram durante o curso, exames que fizemos e noitadas passadas a programar no centro de informática”, destaca José Pascoal. “Falámos também de colegas que não puderam estar presentes, e de personagens míticas como o Prof. Narciso Garcia, o Sr. Carvalhosa e o cão Nabunda”, acrescenta de seguida. “São muitas e bonitas memórias”, afirma por sua vez Filipe Martins.

“A gratidão por tudo o que esta escola nos proporcionou profissional e pessoalmente”, e o sentimento de “que também temos que dar alguma coisa de volta” referidos por José Pascoal tornaram imprescindível que o evento tivesse também um carácter solidário. Cerca de mil euros foram doados pelos antigos alunos ao Fundo Solidário da Associação de Antigos Alunos do Instituto Superior Técnico (AAIST). “Qualquer ação que permita investir nas futuras gerações e na engenharia portuguesa é de louvar”, destaca a engenheira Alexandra Barroso, representante da AAIST. “Quando as comemorações incluem a partilha com outros, mais desfavorecidos, proporcionam uma satisfação maior aos seus participantes”, assinalou ainda.

A importância que o Técnico teve no percurso de cada um refletiu-se na essência do evento, nas conversas, nos semblantes, e inequivocamente na essência do que se tornaram.  Que o diga o padre Filipe Martins: “o Técnico ensinou-me a trabalhar com foco, método e empenho. Deu-me também o gosto pelo trabalho bem feito, e partilhado tantas vezes com outros igualmente empenhados. Há quem diga que não preciso de dizer que sou, para além de padre, engenheiro, pois isso nota-se na minha forma de olhar e lidar com a realidade”.