Pedro Frade, antigo aluno do doutoramento em Sistemas Sustentáveis de Energia no Técnico, é o grande vencedor do Prémio Inovação Jovem Engenheiro (PIJE 2020), arrecadando o 1.º prémio atribuído pelo júri do galardão. Há, no entanto, mais mentes do Técnico no leque de vencedores: Vítor Camacho e José Gonilha, antigos alunos do doutoramento em Engenharia Civil, arrecadaram, respetivamente, o 3.º prémio e uma menção honrosa.
O galardão – no valor de 10 mil euros – é entregue anualmente aos autores dos melhores trabalhos de investigação elaborados por licenciados em engenharia com menos de 35 anos. Promovida pela Região Sul da Ordem dos Engenheiros desde 1990, esta iniciativa de âmbito nacional, que vai já na 30.ª edição, tem como objetivo galardoar os trabalhos que se evidenciem pelo seu carácter inovador e aplicabilidade prática.
O trabalho “A importância dos Serviços Sistema transfronteiriços no atual paradigma da transição energética” está na origem da “medalha de ouro” conquistada por Pedro Frade. Para o alumnus, cuja formação foi integralmente feita no Técnico – detendo também um mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, receber este galardão é “um enorme privilégio”, não fosse este, e como lembra, “um dos mais prestigiados prémios atribuídos a jovens profissionais”. “Foi com muito orgulho que recebi esta distinção, pois considero que não existe melhor reconhecimento profissional do que aquele que nos é concedido pelos nossos pares. Considero que apenas os nossos pares são, cabalmente, capazes de avaliar a qualidade do trabalho desenvolvido”, vinca.
“Entre 2015 e 2020 decidi abraçar o desafio de fazer o Doutoramento em Sistemas Sustentáveis de Energia, enquanto desenvolvia a minha atividade profissional na Gestão Técnica Global do Sistema Elétrico”, recorda Pedro Frade. Ao longo deste processo, o antigo aluno foi procurando “criar sinergias entre a indústria e a academia, com o intuito de providenciar soluções que auxiliem os Operadores do Sistema Elétrico a enfrentar os desafios da descarbonização do sector”, como salienta. Na sua dissertação, e como nos explica, “foram estudadas e investigadas soluções dos mecanismos de partilha de Serviços de Sistema, bem como apuradas as mais-valias económicas com a sua implementação”.
Com uma vasta experiência na área, desempenhando atualmente funções na REN como Senior Electrical Engineer, Pedro Frade não tem dúvidas de que “o sector elétrico irá sofrer uma profunda transformação na presente década, incomensuravelmente maior do que nos últimos 50 anos”. “Os desafios são, e serão, enormes, alguns deles complexos e procurei dar um contributo para que, no futuro, o Sistema Elétrico seja sustentável, sem nunca descurar a segurança de abastecimento”, afirma.
Medalha de bronze e menção honrosa arrecadados por antigos alunos do DECivil
Intitulada “Otimização do projeto sísmico de pontes e utilização de técnicas de machine learning para identificação de variáveis críticas e modelos preditivos”, a dissertação de doutoramento, orientada pelo professor Mário Lopes e coorientada pelo professor Carlos Sousa Oliveira, docentes do Departamento de Engenharia Civil, Arquitetura e Georrecursos, valeu a Vítor Camacho o 3.º Prémio Inovação Jovem Engenheiro 2020.
Para o alumnus do Técnico ver o seu trabalho ser reconhecido pela Ordem dos Engenheiros é “acima de tudo uma grande honra e também uma enorme satisfação. “É também mais um testemunho do trabalho de excelência que é produzido nesta instituição de referência que é o Instituto Superior Técnico”, vinca.
Neste estudo conduzido pelo antigo aluno, um framework que utiliza uma versão modificada do algoritmo de otimização NSGA-II é aplicado para otimizar o dimensionamento sísmico de pilares de um caso de estudo de uma ponte longa irregular de betão armado. Como resultado do processo de otimização, torna-se possível comparar os efeitos de diferentes variáveis no comportamento dinâmico do caso de estudo. Os resultados da otimização servem de input para a segunda fase da metodologia com o treino de algoritmos de machine learning de classificação e regressão para previsão de desempenho sísmico e identificação de variáveis críticas.
O trabalho “Novo modelo de progressão de dano para análise tridimensional de estruturas em FRP” valeu a José Gonilha, atualmente investigador do CERIS – Instituto de Investigação e Inovação em Engenharia Civil para a Sustentabilidade, uma menção honrosa. O modelo de progressão de dano para materiais polímeros reforçados com fibra (FRP, sigla inglesa) desenvolvido pelo investigador do Técnico permite a simulação 3D – e o dimensionamento – de componentes estruturais complexos.
José Gonilha também não esconde o contentamento que esta distinção lhe suscita, em particular por ser um reconhecimento atribuídos pelos seus pares. “Para além disso, é muito importante perceber que o trabalho académico é reconhecido pela comunidade da engenharia e que pode ter um impacto real na indústria”, diz.
O júri do “Prémio Inovação Jovem Engenheiro 2020” foi presidido pelo engenheiro Carlos Pina, coadjuvado pelos engenheiros João Godinho Viegas e Luís Oliveira Santos, e contou com o apoio na avaliação dos trabalhos de especialidade dos engenheiros Jorge Vasquez, Ana Maria Fonseca e Ana Estela Barbosa.