Campus e Comunidade

‘Ciências nas Férias’ envolve estudantes do ensino secundário em atividades de Engenharia e Recursos Geológicos

A iniciativa pretende cativar os mais jovens para a área da exploração e engenharia de recursos geológicos.

Decorre desde esta segunda-feira, dia 3 de julho, a quarta edição da semana de ‘Ciências nas Férias’, organizada pelo Departamento de Engenharia de Recursos Minerais e Energéticos (DER), durante a qual duas dezenas de estudantes do ensino secundário participam em várias atividades no âmbito da exploração e engenharia de minas, no campus Alameda do Instituto Superior Técnico.

O programa é gratuito e o leque de atividades inclui momentos de exploração de uma mina através de óculos de Realidade Virtual, um peddy-paper com várias atividades espalhadas pelo recinto do Instituto Superior Técnico e uma visita presencial a uma fábrica de cimento e uma pedreira durante um rebentamento.

“Todos os dias têm coisas diferentes. De umas, estão à espera. De outras, não tanto”. Maria Amélia Dionísio, professora do Departamento, não esconde o entusiasmo que a atividade traz ao Laboratório de Geociências e Geotecnologias (GEOLAB) na Torre Sul do campus da Alameda.

Nessa tarde, os alunos que participavam no ‘Ciências nas Férias’ ocupavam-se com uma atividade que simulava as sondagens de solo feitas em campo. Munidos de palhinhas, tinham a seu cargo a tarefa de desenhar o conteúdo de uma caixa cheia de areia. O objetivo seria identificar, com o maior rigor possível e atendendo ao limite de apenas 10 perfurações por caixa, a posição e formato de alguns pedaços de plasticina soterrados nos sedimentos.

“Isto parece complicado!”, lamenta um aluno. Maria Amélia Dionísio é categórica na resposta – “Na vida real é mesmo assim. Fazes uma sondagem num sítio e falhas aquilo que queres encontrar. Fazes no sítio ao lado e aí se calhar já encontras qualquer coisa”. Assinalar que os meios disponíveis no terreno são limitados foi, assim, o mote da atividade. “Antes de fazer uma sondagem, pensa-se”.

Terminado o desafio, da base da Torre Sul viaja-se até ao cume. Um trajeto de elevador ao longo de 11 andares e três lances de escadas adicionais levou o grupo até ao terraço do edifício, onde foram brindados com uma vista aérea da planta do Técnico e uma panorâmica da cidade de Lisboa, banhada pelo tórrido sol daquela tarde. É aqui que Cláudia Escada, estudante de 27 anos no Programa Doutoral em Georrecursos do Técnico, desabafa que “é pena ver a divulgação da Geologia ficar um pouco de parte. Tenho a impressão de que muitos dos professores de ‘Biologia e Geologia’ do Ensino Secundário tendem a vir da área da Biologia.” A estudante considera que poder participar neste tipo de eventos enquanto guia é fazer o seu papel nessa divulgação, acrescentando que “acaba também por ajudar no próprio trabalho académico”, dando uma motivação extra aos seus esforços de investigação.

Enquanto duas participantes tagarelavam alegremente, agitando folhas de papel para combater o calor insistente, Radhika junta-se à conversa. A estudante de 16 anos explica que foi o seu interesse por ciência de materiais que a trouxe à semana de ‘Ciência nas Férias’, motivada por uma notícia que encontrou no site do Técnico a anunciar a iniciativa. “Estou a gostar muito da oportunidade de ver em pessoa as diferentes paisagens onde estes engenheiros trabalham”. 

Juntando professores, alunos do Técnico, estudantes do ensino secundário, a quarta edição de “Ciências nas Férias” foi mais uma oportunidade para experienciar em primeira mão algumas das vertentes que a área de engenharia de recursos minerais e geológicos tem para oferecer.

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