Na European Innovation Academy (EIA) a energia tem que estar sempre no limite máximo independentemente do dia da semana, e a ultrapassar esses níveis apenas poderão estar os da criatividade. Para assegurar que assim o é os dias começam sempre com o energético apresentador Harald Lepisk e várias palestras inspiradoras de empreendedores, profissionais de várias áreas ou autores. Esta segunda-feira, 30 de julho, não foi exceção, mas antes do conhecimento foi obrigatório o envolvimento num aquecimento que desperta as mentes e agita os corpos para mais um dia em trabalho. Ao som de uma música animada e mediante as sugestões da plateia desenha-se uma coreografia inspirada nos movimentos que executamos ao manobrar os vários meios de transporte.
Os ânimos sossegam uns minutos depois para dar lugar ao inquietamento das mentes. O orador convidado para abrir o leque de palestras da última semana da EIA foi o presidente do Técnico, professor Arlindo Oliveira. O desafio lançado ao orador pelo próprio apresentador antes de entrar em palco passava por contagiar os presentes com toda a “imensidão de ideias empreendedoras que podem surgir a partir da inteligência artificial e do machine learning”- temáticas centrais na organização desta EIA 2018. Pegando no conhecimento que detém na área, o presidente do Técnico mostrou um hipotético e amplo conjunto de ideias de mudança que as mentes digitais poderão trazer. “É difícil fazer previsões especialmente sobre o futuro”, começava por dizer, e por isso mesmo lançou várias possibilidades a partir do conhecimento que já existe e das tendências que os académicos têm seguido. “O cérebro é uma máquina complexa”, frisava de seguida antes de partir para uma explicação acerca das redes neurais. Demonstrando o que diferencia o machine learning da tradicional programação e as diferenças entre o poder de um computador e do cérebro humano, o também autor do livro “Mentes Digitais” mostrou à audência algumas das tecnologias que já existem em torno da área. Na sua palestra, o presidente do Técnico não esqueceu as objeções que existem na sociedade e ainda as alterações a implementar para que o efeito destas mudanças trazidas pela Inteligência Artificial seja o mais pacífico e benéfico possível. Para terminar o professor Arlindo Oliveira abordou ainda as ideias da singularidade e da superinteligência, lançando a hipótese “de que as maquinas evoluam de tal forma que vão poder criar a próxima versão de si mesmas, havendo uma explosão de inteligência ao ponto de obtermos uma máquina mais inteligente do que nós”.
Seguiu-se no palco mais um engenheiro do Técnico e com uma vasta experiência na arte de empreender: Daniel Vila Boa. O alumnus do Técnico, fundador e CEO da Chilltime, optou por fazer uma apresentação focada nos diversos passos a seguir para criar um projeto de sucesso, partilhando alguns dos processos e dicas a ter em conta no caminho. “Um dos fatores preponderantes numa startup é o tempo, tudo acontece demasiado rápido”, afirmava Daniel Vila Boa. Frisando a necessidade de o empreendedor acreditar “que o produto criado é especial” e alguns dos passos a seguir na validação do produto, o CEO da Chilltime evidenciou a importância de abordar o mercado face ao produto. “Quando se entra no mercado, somos abanados e invadidos por uma quantidade enorme de informação, e talvez esta seja das etapas mais complicadas no desenvolvimento de uma startup”, alertou o alumnus do Técnico. Mas nada que não se resolva, como realçou Daniel Vila Boa, com a fulcral “atitude positiva que levará sempre a resultados positivos, sobretudo de aprendizagem”. “A probabilidade de sucesso está também relacionada com a atitude do empreendedor, lembrem-se disso”, dizia por fim. E foi com esta deixa inspiradora e com muito conhecimento incutido que os jovens participantes partiram para mais uma jornada criativa.