A 2.ª edição das Conversas sem Moderação aconteceu no dia do Técnico, a 23 de maio. Cerca de 150 alumni da Escola juntaram-se para celebrar os 112 anos, num jantar que serviu de pretexto ao debate.
Pouco antes do início da conversa, o Presidente do Instituto Superior Técnico, Rogério Colaço, aproveitou a ocasião para anunciar a criação do Dia Alumni, a celebrar todos os anos, no dia 18 de outubro. Já o Vice-Presidente para as Ligações Empresariais e Operações lembrou que a plataforma alumni assinalava um ano de existência e contava com cerca de 2500 inscritos.
Dedicadas ao tema “Novo Aeroporto de Lisboa: Opções e Desafios”, as Conversas sem Moderação contaram com as participações dos alumni: Maria Rosário Partidário, coordenadora-geral da Comissão Técnica Independente para o novo aeroporto, Carlos Mineiro Aires, presidente do Conselho Superior de Obras Públicas e Duarte Afonso, diretor de operações da TAP.
Sobre um assunto “que acende paixões”, e que recebeu perto de 800 opiniões (através da plataforma aeroparticipa), segundo Maria Rosário Partidário, professora catedrática do Técnico, os oradores expressaram preocupações e desafios a ter em conta numa tomada de decisão sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa.
Carlos Mineiro Aires, membro do Conselho de Escola do Instituto Superior Técnico, também a colaborar nesta tomada de decisão, começou por explicar que o resultado dos trabalhos da Comissão Técnica Independente, a apresentar no fim de 2023, não será uma solução fechada, antes “uma valoração daquilo que são as soluções em confronto”.
Maria Rosário Partidário explicou que o grupo que lidera trabalha “em três períodos temporais”, longo prazo (mais de 50 anos), curto prazo em que terá de “resolver-se o aperto em que a Portela se encontra” e um período de transição (10 anos). Este último corresponderá ao hiato “entre agora e o momento em que se consiga pôr a trabalhar uma infraestrutura mínima”. Impõe-se, portanto, a pergunta “o que se vai fazer até haver uma solução mais definitiva”?
Para Duarte Afonso, “o médio prazo é uma caixa negra que ninguém sabe como vai resolver” e que levanta outras questões: “quem vai para lá?” haverá “aumento de tráfego aéreo ou alívio da Portela?”. E acrescenta: “no fundo, este novo aeroporto a crescer gradualmente terá sempre um período em que ainda é pequeno e pouco atrativo” para os operadores. “Como é que se conseguirá inverter a escala e tornar este aeroporto mais apelativo?”, para o executivo da TAP, esse é o “grande desafio do curto prazo”.
Quanto à possibilidade do Aeródromo Militar de Lisboa (Aeroporto de Figo Maduro) poder participar desta transição, Rosário Partidário afirma que “pode ser uma margem a ganhar para aliviar” o aeroporto Humberto Delgado. Duarte Afonso partilha desta opinião: “Figo Maduro traz espaço e este aumento de capacidade pode reduzir a pegada ecológica do aeroporto”, conclui.
Por tratar-se de “um problema complexo” – e não de “um problema complicado” que, segundo a Catedrática do Instituto Superior Técnico, resolver-se-ia “com um algoritmo” – são várias as discussões nas mesas temáticas da Comissão Técnica: “O que é o aeroporto ideal?”, “O que fazer com o aeroporto Humberto Delgado?”, “Que modelo de aeroporto se quer?”. E garante: “a questão da acessibilidade está no centro do furacão”.
Terminado o debate, a presidente da Associação de Antigos Alunos do Instituto Superior Técnico (AAAIST), Ana Dias, convidou os presentes a continuarem o convívio, depois de um jantar que contou com música ao vivo e um bolo de aniversário para os parabéns ao Técnico.
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