Entre um e outro passo – ditados pelas indicações dos monitores-, e apesar das dúvidas que se metem pelo meio, o entusiasmo é geral e a vontade de saber mais imparável. O à-vontade vai surgindo a cada passo e como resultado do apoio dado pelos monitores em todas as tarefas. Desde o início das atividades, 22 de julho, tem sido “sempre a aprender”, como os mesmos vão repetindo, enquanto descobrem um novo atalho para o sucesso. O estágio organizado conjuntamente pelo Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) e pelo ROB9-16 , no âmbito do programa Ocupação Científica de Jovens nas Férias – Ciência Viva no Laboratório, conquistou 24 participantes do 8.º e 9.º ano de escolaridade, termina hoje, 26 de julho, mas a vontade de descobrir mais sobre a Ciência e Tecnologia vai claramente com eles.
Um dia de dedicado à programação em blocos, outro reservado para visitar o ISR, todos destinados a aprender mais e mais. A descoberta da robótica e de várias tecnologias importantes que a suportam é o ponto de partidas das várias atividades. O programa está estruturado em módulos temáticos curtos, com uma forte componente prática, mas assente sobre bases fornecidas no início de cada módulo. Esta não é a primeira vez que o estágio se realiza, e apesar de uma estrutura semelhante, desta feita “os estagiários terão oportunidade de imprimir as suas próprias peças na impressora 3D”, como partilha o professor Rodrigo Ventura, um dos responsáveis pela atividade. O objetivo do programa e da sua diversidade é dar uma visão o mais ampla possível da Engenharia.
“O feedback que recolhemos em todas as atividades do ROB9-16 é quase sempre muito positivo, frequentemente entusiástico, tanto da parte das crianças como dos pais”, explica o professor João Pedro Gomes, outros dos docentes responsáveis pelo estágio. A confirmação disto mesmo chega pela voz dos verdadeiros protagonistas. Quando as questões são sobre o balanço da semana a resposta vem com um sorriso, quando perguntamos sobre a aprendizagem a lista é infindável, mas a custo lá se descobre que área cativou mais o interesse de cada um.
Francisco Azevedo, 11 anos, não é novo nisto da programação e no gosto pela robótica, e até já o tínhamos encontrado numa das atividades do ROB9-16, onde foi plantada a semente que o fez voltar. “Na atividade que fiz anteriormente, não consegui fazer tudo o que queria e, por isso, quis voltar”, afirma. “Quero aprender mais, e repetir algumas coisas que adorei”, vinca a meio de um exercício de ‘Programação em C’. Ágil a clicar no rato para executar as tarefas propostas, o jovem participante aprimora as técnicas de programação, mas quer mesmo é que chegue a hora de soldar. “Gostei mesmo muito de aprender a soldar, e estou ansioso pelo dia dedicado a isso, por mais que esteja a gostar de tudo”, partilha.
Margarida Ribeiro, Margarida Pereira e Carolinas Pires, todas com 15 anos, estão juntas no mesmo grupo a tentar solucionar o desafio imposto pelo monitor: programar o robô para que o mesmo consiga contornar os obstáculos. Influenciadas pelos pais a viram, não podiam estar mais felizes com o que encontraram. “Aprendi coisas que não fazia a mínima ideia e estou a gostar mesmo muito realmente”, afirma Margarida Pereira. Margarida Ribeiro gostou tanto que se já queria seguir Engenharia um dia, passou a querer muito mais: “Gostei tanto que agora fiquei indecisa acerca do curso que quero seguir”, exclama com um sorriso. Para já, há que arregaçar as mangas, fazer mais duas linhas e código e continuar a aprender.