O Salão Nobre do Instituto Superior Técnico, no campus Alameda, encheu-se, na manhã do dia 23 de maio, para a cerimónia solene comemorativa dos 112 anos da Instituição.
“Criar, transmitir e divulgar conhecimento” é a missão de uma Escola que “há 112 anos contribui para o desenvolvimento do país”, afirmou o Presidente do Técnico, Rogério Colaço, na abertura da sessão. De olhos postos no futuro e na necessidade de “criação de laços entre a academia e a sociedade”, anunciou ainda a inauguração do Técnico Inovation Center em outubro, numa “interface” com a comunidade que trará uma “nova centralidade” à cidade de Lisboa.
Num dia em que se celebrou a comunidade, homenagearam-se os professores excelentes. João Fernandes, professor excelente para o .2º ciclo, destacou como positivo o facto de “cada vez mais alunos voltarem ao Técnico a pedir colaborações” e lembrou que “pessoas motivadas são pessoas produtivas e felizes”.
Como professora excelente do 1.º ciclo, Luísa Coeur, recordou, no seu discurso, o avô, também professor, “que tinha uma sala de aula em casa”. Ser professor é “das coisas mais nobres que podem fazer-se”, declarou. Num agradecimento aos estudantes, a docente frisou que “isto é dar e receber” e que “ser gentil com os alunos não causa dano, pelo contrário”.
Em representação dos funcionários do Instituto Superior Técnico, esteve a coordenadora da Área de Pós-Graduação. Júlia Oliveira mencionou as mudanças na forma de trabalhar trazidas pela evolução tecnológica e os novos modelos de trabalho impostos pela pandemia de Covid-19, a que todos tiveram de adaptar-se.
Houve ainda lugar a uma homenagem aos professores distintos: Luís Oliveira e Silva e Vítor Cardoso. “Ser professor no Técnico é um privilégio. Ser professor distinto é um compromisso.”, afirmou o primeiro, numa demonstração da importância deste reconhecimento. “Expor os alunos aos problemas do futuro e à investigação” feita na Escola e a crença é para o também investigador na área da Física dos Plasmas, um dever. Da Universidade Böhr, na Dinamarca, chegaram as palavras de Vítor Cardoso, via vídeo. Da história das “meias e calças” que caíam por serem herdados “dos pais e irmãs”, aos elásticos que o trouxeram para a Física, o professor referiu que “a ciência é passada de geração em geração” e, como tal, “exige diálogo” e ainda que “o método científico torna a ciência fundamental numa ferramenta para a sociedade”.
Também presente, o Reitor da Universidade Lisboa explicou que “comemorar” é trazer “à memória”, no caso, “o caminho percorrido pelo Técnico” e a sua “imensa vontade de transformar” o país e o mundo. “A investigação representa nas sociedades modernas a principal forma de geração de valor”, vincou Luís Ferreira. Neste sentido, o Secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Nuno Teixeira, lembrou que “o Técnico é a maior instituição do ensino superior em produção científica”, em Portugal. Em síntese e nas palavras do Ministro da Economia, António Costa e Silva, “A marca do Técnico está em toda a parte” desde há 112 anos e “o país faz-se disto”.
Da parte da tarde, 297 professores excelentes marcaram presença, no Centro de Congressos do Instituto Superior Técnico, para receberem os seus diplomas. Este foi, segundo a presidente do Conselho Pedagógico, Teresa Peña, “um novo record”, numa escola em que há “1327 alunos excelentes”.
Nesta celebração do “professor do Técnico”, Rogério Colaço afirmou que “geração após geração” ali se transformam pessoas. Também por isso “é preciso transformar as disciplinas ‘em que muito se ensina e muito pouco se aprende’ em disciplinas em que se aprende”, numa alusão à expressão de Charles Lepierre.
As comemorações dos 112 anos do Técnico terminariam num jantar onde se reuniram 150 alumni da Escola.
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