A troca de conhecimento, a interação entre alunos de doutoramento e vários especialistas e em simultâneo a valorização e demonstração dos trabalhos levados a cabo durante os programas de doutoramento são os principais objetivos dos PhD Open Days a decorrer no Salão Nobre do Instituto Superior Técnico, esta quarta e quinta-feira, 5 e 6 de abril.
Na abertura do evento as primeiras palavras foram do presidente do Técnico, o professor Arlindo Oliveira, que destacou a importância do evento, incentivando os alunos a desfrutar ao máximo do que eles têm para oferecer: “aproveitem e usem esta oportunidade para aprender sobre outras áreas, e também para pedir um feedback acerca dos vossos projetos, ouvindo os conselhos que estes especialistas têm para vos dar”. “Em Portugal não existe uma cultura para vir a este tipo de eventos, mas eles não podiam ser mais úteis e importantes”, acrescentou.
A sessão dos Almuni Talks foi uma das que até ao momento registou maior adesão. Quatro convidados que efetuaram o seu doutoramento no Técnico seguindo posteriormente caminhos distintos partilharam a sua experiência. Mariana Almeida, Investigadora científica da Priberam, fez o seu doutoramento em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores e acabou por continuar no mundo da investigação, mais concretamente na área do “Machine Learning”, sendo uma das principais investigadoras envolvidas no SUMMA, um projeto europeu de que a Priberam é parceira. É ela também a responsável pela promoção dos “Machine Learning Lunch Seminars” que decorrem regularmente no Técnico.
Seguiu-se a experiência de João Graça, fundador e CTO da Unbabel, que além do seu percurso, falou do que motivou as escolhas que fez. “No fim do pós-doutoramento comecei a pensar no que viria a seguir. Havia efetivamente muitas hipóteses, nomeadamente ir para fora, mas em Portugal estava a família, os amigos, o sol e as praias”, explicou o engenheiro João Graça. Entre a Academia, a indústria e as startups, ficou-se pela última opção. Juntou a sua equipa, facto que aliás considera parte crucial para o sucesso, e criou a Unbabel, uma startup onde a tradução automática é sempre supervisionada por um tradutor nativo. Acerca do seu projeto explicou como surgiu, o que motivou e o que distingue a sua empresa.
A tarde do primeiro dia do evento foi dedicada a um workshop que promoveu o desenvolvimento dos conhecimentos e competências em torno da escrita cientifica, tutelado pelo Dr James Yates, investigador do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa. Nos intervalos entre os painéis, os participantes aproveitavam sempre para passar pela exposição de posters com os trabalhos dos estudantes de doutoramento.
O segundo dia contemplará o debate acerca da cibersegurança e das energias renováveis, em dois painéis distintos. Decorrerá posteriormente o “Pitch Competition”, entre estudantes de doutoramento, onde os cerca de 20 pré-selecionados competirão para ganhar um certificado que lhe garantirá a entrada gratuita para o próximo Web Summit a ser realizado em Lisboa.
