Campus e Comunidade

Doutorandos e Alumni da escola distinguidos em Fórum Internacional

Dois doutorandos  e investigadores do Centro de Recursos Naturais e Ambiente (CERENA), Ana Sousa e João Neves, e dois antigos alunos de mestrado,Ana Filipa Duarte e André Pinto, foram reconhecidos no XVI Fórum Internacional “Questões atuais sobre uso racional de recursos naturais”, organizado pela Universidade de São Petersburgo e pelo Centro de Competência Internacional para o Ensino de Engenharia de Minas, sob os auspícios da UNESCO. Os alumni e os atuais alunos foram considerados os melhores oradores nas sessões de abertura do Fórum Internacional – Concurso de Estudantes e Jovens Investigadores.

O evento realizou-se, este ano e devido à pandemia, de forma digital, entre os dias 17 e 19 de junho de 2020, e contou com a presença de mais de mil participantes, o que corresponde a um recorde absoluto durante toda a existência desta competição. Os vencedores do concurso foram conhecidos na sessão de encerramento do evento, dia 23 de junho.

O trabalho apresentado pelo alumnus André Pinto na sessão “New approaches to resolving oil & gas sector-specific issues” e que lhe valeu esta distinção é o resultado do estágio e da sua tese de mestrado. “Este estudo compreende a investigação extensiva de duas amostras de calcários em termos de porosidade e permeabilidade. É de vital importância para empresas ligadas ao sector de energia e recursos naturais compreender, não só as propriedades físicas da rocha, mas também a dinâmica de fluídos da mesma”, explica o antigo aluno.  “O trabalho expõe um modo eficaz de conjugar dois métodos de análises, com escalas distintas para caracterização precisa do maciço rochoso”, acrescenta.

Assumindo-se “extremamente contente” com os resultados alcançados pelos membros da comunidade do Técnico, André Pinto salienta que os mesmos demonstram “que Portugal têm uma excelente qualidade a nível internacional”. “Esta experiência é uma mais-valia na aprendizagem de todos os oradores e espetadores. É possível compartilhar as presentes investigações de várias universidades de todo mundo”, explica.  Para o antigo aluno esta interação com investigadores oriundos de toda a parte do globo é extremamente enriquecedora e importante, sendo uma das principais vantagens da participação nestes encontros.  “Conjugando também com toda a preparação requerida para um evento desta dimensão. Existe uma grande dedicação e esforço para participação neste género de eventos internacionais”, afirma, ainda.

Filipa Duarte foi convidada a concorrer com o seu projeto da dissertação de mestrado no painel de “Geological Mapping, Exploration, and Prospecting of Mineral Resources pelos professores de Engenharia de Petróleos “O meu projeto consiste na análise da influência das intrusões ígneas do Cretácico Inferior no potencial petrolífero da bacia do Falkland Plateau”, partilha a antiga aluna. Ao olhar para atrás, Filipa Duarte acredita que o que lhe valeu esta distinção “bem como aos meus colegas que foram distinguidos, foi o nosso percurso no Técnico”, afirma a alumna.  “Foram fulcrais as bases que desenvolvi ao longo do meu percurso académico no Técnico, que me preparou para momentos como este”, justifica de seguida.

Fascinada pelas Geociências, Filipa Duarte pretende continuar a dedicar-se a explorar esta área ao longo da sua carreira.  “É um tema muito falado e que aborda conceitos e conhecimentos fundamentais no futuro. É uma área imprescindível para a transição energética, para encontrar novos recursos, não só energéticos ou minerais, mas também hídricos”, sublinha.

“É um palco muito grande, o que nos motiva a darmos o nosso melhor. O nível médio das apresentações era muito bom, e as Q&A expandiram sobre todos os conteúdos apresentados, é um evento a que vale a pena assistir mesmo não indo apresentar nada”, é assim que João Neves descreve a experiência de participar neste fórum internacional. O aluno está na fase final do seu doutoramento, e foi exatamente sobre o trabalho que tem desenvolvido no âmbito do mesmo- e que até já foi publicado na melhor revista da área-  que incidiu a apresentação neste concurso.  “Este trabalho está a ser desenvolvido em cooperação com a maior empresa mineira a operar em Portugal (Somincor), na Mina de Neves-Corvo que é uma das maiores e mais modernas minas subterrâneas da Europa”, evidencia. “Concretamente o que foi apresentado foi uma nova metodologia de cálculo de recursos e reservas e a sua integração nas rotinas de planeamento mineiro, que permite ter em conta múltiplos fatores de incerteza”, partilha ainda o aluno de doutoramento.

Desta experiência, João Neves conseguiu retirar várias lições, e a principal passa pelo  impacto “de levar a apresentação um trabalho realizado em parceria com a indústria e com aplicações praticas diretas já validadas”, sublinha.  “O formato curto da apresentação obriga-nos a pensar de forma muito criteriosa a informação exposta e a forma de a expor o que, por sua vez, nos desafia a encontrar formas mais inteligentes e dinâmicas de comunicar conteúdos cujos formalismos próprios desencorajam a participação no Q&A”, continua. De acordo com o doutorado  “a recompensa foi ter tido a possibilidade de responder a questões muito interessantes colocadas pelo painel que expandiram o potencial de aplicação do trabalho desenvolvido”.

Ana Sousa, também estudante de doutoramento no Técnico, tem-nos vindo a habituar a estas distinções, mas nem por isso deixa de reconhecer a importância deste reconhecimento. “Para além de ser um fórum internacional patrocinado pela UNESCO, a forte adesão dos apresentadores orais, moderadores e membros do júri, oriundos de 50 países e de 180 universidades, conferiu uma visibilidade internacional que se destacou e permitiu uma discussão muito construtiva sobre as questões ligadas com o uso racional de recursos naturais”, vinca a também investigadora do CERENA.

Destacando a preponderância de participar nestes fóruns internacionais, Ana Sousa refere que para si a principal mais-valia “foi a possibilidade de apresentar o meu trabalho, divulgando o trabalho que se faz no Técnico, enquanto pude debater questões prementes com especialistas internacionais nesta área”. “O facto de ter sido reconhecida neste evento é sem dúvida um impulso motivador para continuar a fazer mais e melhor investigação”, declara ainda.