“Foi incrível ver toda a investigação a ser desenvolvida em vários domínios diferentes aqui [no Técnico]”. Assim resumiu Lisa Bandari, Embaixadora do Reino Unido em Portugal, a sua visita ao Instituto Superior Técnico, no dia 13 de janeiro, que teve como objetivo fortalecer as colaborações científicas entre as duas nações e conhecer as mais recentes inovações desenvolvidas pelos investigadores da instituição.
A receção oficial foi conduzida pela Vice-Presidente do Técnico para os Assuntos Internacionais, Zita Martins, que sublinhou o papel da Escola como “referência de excelência em educação e investigação científica, tanto a nível nacional como internacional”. Durante a sessão, destacou-se a diversidade da comunidade académica, que acolhe estudantes de 65 países, com 17% do corpo estudantil composto por alunos internacionais, refletindo o prestígio global.
Ao longo da visita, discutiu-se a necessidade de ampliar a oferta de programas de duplos graus (double degrees), fortalecer parcerias estratégicas e promover novos acordos de cooperação internacional a longo prazo. “Sim, para nós é uma parte muito importante [do trabalho] que a Embaixada Britânica desenvolve aqui em Portugal”, afirmou a Embaixadora, destacando a relevância de iniciativas que facilitem a colaboração internacional e incentivem o desenvolvimento de soluções conjuntas para os desafios do futuro.
A delegação teve a oportunidade de conhecer algumas das mais avançadas instalações científicas do Técnico, com uma visita a alguns laboratórios do Grupo do de Lasers e Plasmas (GOLP) do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN), situados no Complexo Interdisciplinar. O itinerário incluiu paragens no VOXEL Laser Lab, apresentado pela investigadora Marta Fajardo, e no AWAKE-CERN Lab, guiado por Nélson Lopes. Outras visitas de relevo passaram pelo MotLab/Quantum Plasma Lab e pelo Plasma Engineering Lab, onde o investigador Hugo Terças apresentou avanços significativos em áreas como os plasmas quânticos e a engenharia de plasmas. O Plasma Engineering Lab (N-PRIME), sob a orientação de Luís Alves e Edgar Felizardo, foi o penúltimo laboratório visitado, onde foram discutidos novas fronteiras na exploração espacial e desenvolvimento de novas tecnologias de plasma com benefícios sociais.
A visita concluiu-se no Laboratory for Intense Lasers (L2I), localizado no Edifício de Física, onde Gonçalo Figueira demonstrou os avanços alcançados em tecnologias de lasers de alta intensidade, reconhecidos pelo impacto internacional.
No final da visita, a Embaixadora destacou o papel crucial de instituições como o Técnico na manutenção do diálogo internacional e na promoção da cooperação científica, reafirmando a importância da diplomacia para que o conhecimento e a inovação continuem a ultrapassar fronteiras.
“Sabemos que cerca de um em cada cinco cientistas portugueses que trabalham fora de Portugal têm base no Reino Unido. Esta conexão é fundamental não só para o intercâmbio científico, mas também para a relação económica entre os dois países”, afirmou a Embaixadora. “Além disso, vejo grande potencial nas startups portuguesas que procuram financiamento e desenvolvimento no Reino Unido”, concluiu.
“Os laços estreitos que existem entre os cientistas portugueses e instituições de referência no Reino Unido, como o Imperial College e Oxford, são notáveis. Algumas destas colaborações remontam aos anos 1980 e continuam a gerar frutos no âmbito da investigação”, afirmou a Embaixadora, evidenciando o impacto duradouro da cooperação.