Há menos de uma semana anunciávamos a participação de uma equipa do ISR- Lisboa num dos maiores e mais consagrados desafios de robótica a nível internacional, o Mohamed bin Zayed International Robotics Challenge (MBZIRC 2020). Esta quinta-feira, 27 de fevereiro, boas notícias chegaram de Abu-Dhabi, dando conta da vitória da Iberian Robotics- que conta com elementos do Técnico, da Universidade de Sevilha e do FADA-CATEC (Centro Espanhol de Transferência de Tecnologias Aéreas Avançadas) – num dos desafios do MBZIRC2020. Além desta vitória, a equipa conquistou também um honroso 4.º lugar na Grand Challenge.
A Iberian Robotics venceu o Challenge 3 da competição que junta 3 robôs aéreos (unmanned aerial vehicles / UAVs) e 1 robô manipulador móvel terrestre (unmanned ground vehicle / UGV) que cooperam entre si para apagar fogos interiores e exteriores a uma torre em chamas com três andares. “Os UAVs podem apagar fogos interiores nos andares superiores ao térreo, bem como fogos nas fachadas do edifício e outros no chão perto deste. O UGV pode apagar um de dois fogos dentro do edifício no piso térreo, mas também outro no exterior. Os fogos exteriores podem ser apagados ao cobri-los com um cobertor, levado por um AUV ou um UGV”, explica o professor Pedro Lima, mentor do projeto e coordenador do Intelligent Robots and Systems Group do ISR. Questionado sobre o que terá conduzido a Iberian Robotics a esta ótima prestação, o docente afirma que “no geral, foi a equipa mais regular, conseguindo prestações razoáveis em todas as challenges”. “Na challenge 3, foi a única em que quer os UAVs quer o UGV (da responsabilidade da equipa do Técnico) conseguiram pontos”, destaca, ainda, o docente.
Depois desta vitória, a equipa disputou a Grand Challenge, uma prova à parte que consiste em ter toda a equipa a executar as 3 Challenges em simultâneo, durante 25 minutos e menos robôs. Nessa prova, a Iberian Robotics voltou a ser a equipa mais regular, “e a única que fez pontos nas 3 challenges”, como refere o professor Pedro Lima, conquistando um meritório 4.º lugar. “É uma excelente classificação, entre 17 equipas, já que para trás ficaram, universidades como a CMU[Carnegie Mellon University],ETHZ [Eidgenössische Technische Hochschule Zürich], DTU [ Danmarks Tekniske Universitet] ou centros de investigação de prestígio, como o coreano KAIST [Korea Advanced Institute of Science and Technology] ou o IISc [Indian Institute of Science]”, sublinha o professor Pedro Lima.
Os ótimos resultados deixaram a equipa bastante feliz, ainda por cima tendo em conta que a equipa enfrentou “alguns problemas técnicos, resultantes da dificuldade das challenges e das suas tarefas, e da falta de acesso mais longo ao local das operações”, como partilha o docente do Técnico. A equipa volta a Portugal com a sensação e dever cumprido, aprendizagens, e neste caso pode mesmo dizer-se que o trabalho árduo e o talento foram recompensados.