Pedro Ferreira concluiu o seu curso de Engenharia Física Tecnológica no Instituto Superior Técnico em 1991. Trinta e três anos depois, foi galardoado com a Eddington Medal da Royal Astronomical Society, uma distinção feita à “investigação de mérito excecional em astrofísica teórica”. Atribuído este mês, o prémio surge no âmbito do seu “trabalho teórico inovador na tentativa de compreender as partes do modelo cosmológico padrão que estão para além da nossa compreensão atual da física, tal como a causa física da aceleração cosmológica”. Trata-se do primeiro investigador português a receber a distinção.
Agora professor da Universidade de Oxford, Pedro Ferreira afirma ser “uma honra e um prazer” receber este prémio, atribuindo-o “em grande parte ao facto de ter tido um rol de colaboradores e alunos de doutoramento geniais”. Dos seus tempos de aluno no Técnico, destaca três aspetos motivadores. “Primeiro, tive um conjunto de colegas fantásticos, muitos dos quais se tornaram cientistas ou desenvolveram carreiras fascinantes noutras áreas. Segundo, cheguei numa altura em que os departamentos de Matemática e Física do Técnico apostaram numa nova geração”, acrescentou.
Destacou ainda o facto de o Técnico lhe ter dado “a oportunidade de ser autodidata – os cursos não me obrigavam a seguir um processo de aprendizagem fixo e [a Escola] permitiu-me escolher o meu próprio percurso”. Foi essa vertente de independência e autodidatismo que, na sua opinião, “foi uma excelente preparação para uma carreira científica”.
Desde 1953, a Eddington Medal da Royal Astronomical Society já foi atribuída a diversos nomes de destaque na área da astronomia, como Hans Bethe, Stephen Hawking, Roger Penrose and Jim Peebles. Pedro Ferreira é o nome mais recente a juntar-se a esta lista e, com ele, uma parte do Técnico.