O auditório do Centro de Congressos do Técnico testemunhou, no final da tarde de terça-feira, dia 7 de fevereiro, a Cerimónia de Jubilação da professora Isabel Sá Correia, professora do Departamento de Bioengenharia do Instituto Superior Técnico e investigadora do Instituto de Bioengenharia e Biociências (IBB), do Técnico.
Coube ao professor João Pedro Conde, presidente do Departamento de Bioengenharia, abrir a “sessão de homenagem” à também cofundadora do mesmo. “Tivemos muitas discussões. Não escolhemos sempre os mesmos caminhos, mas escolhemos sempre o mesmo porto”, resumiu o académico a relação com a professora cuja tenacidade viria a ser em vários momentos apontada, neste encontro.
A “dinâmica imbatível”, o “espírito jovem” e o “empenho e rigor que põe em tudo o que faz” foram os destaques das “breves notas biográficas”, elencadas pelo Presidente do Técnico, professor Rogério Colaço.
Nos 47 anos que dedicou ao Técnico, Isabel Sá Correia – que se estreou no ensino pela mão do professor Júlio Maggiolly Novais de quem foi assistente – formou estudantes, investigou, integrou o Conselho Geral da Universidade de Lisboa e presidiu, entre 2009 e 2020 à Sociedade Portuguesa de Microbiologia (SPM). Foi com esta última que instituiu o dia 17 de setembro como Dia Internacional do Microrganismo, como lembrou o presidente da SPM, professor Jorge Pedrosa.
Dos primeiros tempos a ensinar, a professora recorda que “lia, lia, lia e chegava à conclusão que sabia nada”. Foi aprender. Escolheu os “Estudos Avançados de Oeiras” do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), dirigidos pelo professor Nicolau van Uden, mais tarde seu orientador de doutoramento em “Biologia das Leveduras”. Foi precisamente esse tema que trouxe ao Técnico a sua primeira patente, em conjunto com o Instituto Superior de Agronomia e as Caves Raposeira. (A conversa sobre a primeira patente do Técnico para o podcast “110 Histórias | 110 Objetos” pode ser ouvida aqui.).
Nesta aula, que designou por “As Ciências Biológicas numa Escola de Engenharia”, a professora teve os netos como alunos de primeira fila e os seus acenos como ajuda para controlar o tempo e como mote para o fim da sessão.