Conhecimento, oportunidades e inovação, foi disto que se fez a 31ª edição das Jornadas de Engenharia Química(JEQ), que durante toda a semana foi ponto de paragem obrigatória para os alunos e curiosos da área. De 12 a 16 de março, houve lugar marcado – o Centro Congressos – para debater os desafios da geração “millennials”, a inovação e a revolução na indústria, a preocupação energética ou a engenharia mundial. Face a edições anteriores “a audiência aumentou substancialmente, fizemos questão de estender as jornadas para lá do Técnico e daí as visitas técnicas a algumas indústrias, inserimos o conceito das bancas e do pitch”, enumera Telmo Andrade, um dos organizadores das JEQ.
Para atrair mais alunos, além das impactantes temáticas, a organização equipou o cartaz com nomes sonantes como Björn Dietrich, investigador da BASF AG, Paul Mathias, diretor técnico da Fluor Corporation e Jeffrey Amelse, investigador da Universidade de Aveiro ou Luís Mira do Amaral da Sociedade Portuguesa de Inovação. As “pessoas da casa”, como Telmo Andrade designa os alumni, também não faltaram à convocatória. “Convidamos pessoas que foram formadas cá, para dar alguma perspetiva de carreira, o que nós devemos ou não devemos fazer”, realça o membro da organização.
Na quinta-feira, 15 de março, a manhã foi dedicada a pensar o futuro, refletindo sobre as preocupações energéticas e as potenciais soluções. O engenheiro Carlos Alegria da FTP Energia, conduziu a primeira apresentação e das que despoletou maior curiosidade dos participantes. “As vantagens da aposta nas centrais da biomassa são inúmeras e vão desde os aspetos ambientais até aos aspetos económicos e sociais”, ia destacando o engenheiro. “Por se localizarem em zonas do interior estas centrais criam investimento e emprego em zonas desfavorecidas”, explicava o engenheiro que já deu aulas no Técnico.
O evento tradicionalmente organizado maioritariamente por alunos do 4º ano, é quase uma tradição, o que por si só agudiza a vontade de reforçar competências essenciais na passagem do mercado de trabalho. Nesse sentido foram vários os workshops organizados que ajudam a descobrir e desenvolver determinados soft skills. Também o pitch ia de encontro a este objetivo e permitiu aos alunos contactar com 18 empresas distintas, relacionadas com as mais diversas áreas da Engenharia Química.
Durante os quatro dias mais de 1200 pessoas, de dentro e fora do curso e do Técnico, passaram pelas várias atividades. O último dia, depois da visita à Central Termoelétrica do Ribatejo e à tabaqueira Philip Morris, ficou reservado para uma visita minuciosa ao Complexo Industrial de Estarreja. “Estas visitas são muito importantes para nós porque nos permitem perceber in loco quais é que são as aplicações práticas daquilo que aprendemos”, declara Telmo Andrade.