Campus e Comunidade

Jornadas de Engenharia e Gestão Industrial regressam em força

Depois da edição do ano passado ter sido cancelada, as Jornadas de EGI adaptaram-se ao formato remoto, oferecendo um programa aliciante que possibilita aos participantes o contacto com empresas e profissionais de várias áreas.

A capacidade de adaptação dos Núcleos de Estudantes do Técnico foi posta à prova, com as circunstâncias a obrigarem as tradicionais e sempre concorridas Técnico Career Weeks  a “mudarem-se” para o digital.  As Jornadas de Engenharia e Gestão Industrial (Jornadas EGI) foram uma das primeiras a ter que dar provas desta adaptação, dando o “pontapé de saída” para um mês repleto destas iniciativas que cativam e aproximam os estudantes do mercado de trabalho. Para já, e a avaliar pelo primeiro dia: prova mais que superada. As palestras registam uma adesão muito positiva, os alunos não se deixam melindrar pela barreira imposta pelos ecrãs e fazem questão de lançar várias perguntas aos profissionais, e a feira de emprego, este ano, realizada na plataforma Easy Virtual Fair tem dado aso a muitos cliques e trocas de mensagens no chat.

No ano passado, e devido à situação pandémica que apanhou todos de surpresa, as Jornadas de EGI  tiveram que ser canceladas. Por isso mesmo, e tal como evidencia Mafalda Simões, presidente do Núcleo de Estudantes de Engenharia e Gestão Industrial (NEEGI), “este ano não ficámos de braços cruzados e quisemos proporcionar aos nossos estudantes tudo aquilo que seria possível presencialmente e ainda novas oportunidades, como visitas virtuais a certas empresas”. “Assim, conseguimos cativar a atenção e interesse dos participantes, apresentando-lhes temáticas relevantes dentro do curso de Engenharia e Gestão Industrial”, adiciona a aluna.

“Learn. Do. Connect.” são os desafios lançados por esta 5.ª edição das JEGI aos alunos e que podem ser concretizados através das várias atividades contempladas no programa que vão desde as palestras com empresas, os painéis com alumni e empreendedores, passando pelas sessões que se propõem a debater questões cruciais da atualidade como o desenvolvimento sustentável, e não esquecendo as mesas redondas e as visitas remotas a empresas.

Ana Tavares, diretora de comunicação e parcerias da Smartex, Pedro Pestana, cofundador e CEO da Neroes, e João Trindade, cofundador da Trash4Goods e aluno do Técnico, foram os convidados do painel inaugural do evento, esta segunda-feira, 1 de março. De forma entusiástica, os oradores deram as conhecer as suas startups, narrando o caminho feito desde o surgimento da ideia até à chegada ao mercado, e destacando aquilo que distingue os produtos/serviços que oferecem. No alinhamento das três intervenções não ficariam esquecidas nem seriam camufladas as adversidades que surgiram, e as estratégias adotadas para as ultrapassar. A sessão intitulada “The Rise of Startups – How to Run a Successful Business” juntou várias dezenas de participantes ansiosos por ouvir os três oradores.

Ainda que as startups que representam ou criaram pertençam a áreas distintas, os três oradores encontraram-se muitas vezes nas dificuldades  com que se debatem neste trajeto. Ana Tavares destacou que a maior barreira identificada pela Smartex na abordagem ao mercado está relacionada com “o facto de estarmos a disponibilizar tecnologia de ponta que muitas vezes é difícil de explicar numa indústria tão tradicional e focada na produção como é a indústria têxtil”. Pedro Pestana concordou com esta dificuldade de “implementação da inovação”. “Apresentamos coisas que o mercado e as pessoas não conhecem e é preciso convence-las a fazer uma alteração de comportamento, e isso nem sempre é um passo fácil”, realçou ainda.

O cofundador da Neroes destacaria também a pressão a que os empreendedores estão sujeitos para “manter a máquina a rolar”. “É preciso arranjar clientes, conquistar investimento e até conseguirmos isso e garantirmos a sobrevivência de uma startup é preciso muita dedicação, muito empenho, e muito espírito de sacrifício”, disse.

João Trindade não poderia estar mais de acordo, ainda que o projeto Trash4Goods ainda esteja numa fase muito embrionária, e por isso mesmo,  muitos destes problemas não sejam sentidos tão intensamente. “É preciso ter uma grande força de vontade, uma grande capacidade de gestão de tempo e muita dedicação. Temos que abdicar de muitas coisas que queremos fazer, são muitas as horas que despendemos a desenvolver e a melhorar a nossa solução”, afirmou o aluno. “Este trajeto que fazemos de implementação, inovação e de trabalho em equipa é uma experiência que nos enriquece muito”, colmatou o aluno do Técnico.

No intervalo entre uma e outra sessão, os alunos são convidados a visitar a feira de emprego virtual que este ano conta com 9 empresas, entre as quais estão: a Deloitte, a Jerónimo Martins, a Worten, os CTT, entre outras. Além de conhecer melhor as empresas através de um texto  ou dos vídeos disponibilizados, os alunos podem esclarecer as suas dúvidas junto dos representantes das mesmas no chat, e também perceber quais as oportunidades de trabalho ou de estágios disponíveis.

No final dos dois primeiros dias do evento, os participantes das jornadas terão ainda oportunidade de ter sessões de networking com estas empresas. “No primeiro dia tivemos bastante adesão por parte dos alunos ao networking, pois tinham a possibilidade de entrar em contacto com as empresas diretamente por videochamada em vez de ser por mensagem, tornando a conversa mais pessoal e descontraída”, partilha a vice-presidente do NEEGI, Maria Terrucha.

O balanço  geral do primeiro dia é bastante positivo, e a equipa da organização assume a satisfação por “termos cumprido os nossos objetivos: reinventar os diferentes momentos que este ano não são possíveis realizar presencialmente”.  “As circunstâncias são diferentes e tudo à nossa volta mudou, mas as jornadas continuam a fazer a diferença no percurso dos alunos”, vinca a presidente do NEEGI.

O número recorde de inscrições comparativamente a edições anteriores é um dos indicadores deste sucesso. “Este ano conseguimos alcançar estudantes de outras faculdades de diversos pontos do país. Para além disso, a realização das sessões na plataforma zoom permite-nos ter um número ilimitado de participantes”, salienta, por sua vez, Mariana Simões, coordenadora de Relações Públicas do NEEGI.

As Jornadas de EGI prolongam-se até quarta-feira, 3 de março, oferecendo diversas e enriquecedoras atividades aos participantes e sobretudo conectando os alunos com o mercado e as suas ambições e carreira.