A organização do ‘Climate Education Kick Off’ ficou a cargo da Plataforma de Ciências e Engenharia do Ambiente (IST-Ambiente) e do Centro de Ciência e Tecnologia do Ambiente e do Mar (MARETEC). A informação científica veio das Nações Unidas, através do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC, na sigla inglesa). A motivação e criatividade, essas, vieram dos vários estudantes e demais membros da comunidade do Instituto Superior Técnico que participaram neste ‘Mural do Clima’ – uma iniciativa de sensibilização para as alterações climáticas que teve lugar a 23 de abril no Pavilhão de Civil.
Organizado em colaboração com o European Climate Pact, a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável e a Associação Transitar, o ‘Mural do Clima’ desafia os participantes a analisarem 42 cartas retratando fenómenos como a concentração de dióxido de carbono na atmosfera, o derretimento de glaciares ou os sumidouros de carbono. Posteriormente, são identificadas as relações de causa-efeito entre estes e outros fenómenos, posicionando-se as cartas numa mesa e traçando-se um retrato ‘em larga escala’ das alterações climáticas, com vista a elucidar os participantes quanto às suas causas e consequências. Numa última fase do evento, munidos de uma visão integrada do problema, os participantes discutem soluções entre si.
Antes deste workshop, o ‘Climate Education Kick Off’ incluiu também uma sessão de debate aberto no Centro de Congressos do Técnico, onde foi discutido o papel das universidades nestas matérias. Durante o colóquio, Miguel Amado, vice-presidente do Técnico para a Sustentabilidade e Infraestruturas, relembrou a forma como o ensino das engenharias se repercute em questões ambientais e de sustentabilidade, dando como exemplo a arquitetura no desenho de cidades e a forma como esta influencia os movimentos pendulares da população (e a consequente utilização de diferentes tipos de transporte, públicos ou não). “Posso garantir-vos que vamos tornar a sustentabilidade mais visível”, afirmou o docente, estimulando os presentes a fazer “ações com impacto na comunidade Técnico e, lá fora, na totalidade da sociedade”.
Tiago Domingos, professor do Técnico e coordenador do IST-Ambiente, defendeu que existem “dois grandes pilares” na atuação da Escola – “formar os profissionais do ambiente e da sustentabilidade” e “garantir que todos os alunos do Técnico têm formação suficiente nestas áreas para a sua futura vida profissional”. “A primeira coisa que devemos fazer no ensino superior é despertar o interesse e a curiosidade”, acrescenta o docente, que considera que “ao plantar esta semente, criamos o interesse dos alunos para disciplinas transversais relacionadas com clima, ambiente e sustentabilidade”.
O Técnico oferece a unidade curricular ‘Crise Climática e Transição Justa’, à disposição de estudantes de todos os cursos ao nível da licenciatura.