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Nano satélite made in Técnico selecionado pela ESA

O projeto encontra-se agora selecionado para um programa que fornecerá suporte técnico e o apoio de especialistas no processo de lançamento.

O ISTNANOSAT-1, o nano satélite desenvolvido exclusivamente por alunos e professores do Técnico, alcançou, no dia 12 de maio, a primeira de muitas das vitórias que se podem seguir, apurando-se para a fase final do processo de seleção do programa “Fly your satellite” da Agência Espacial Europeia (ESA). A equipa do Técnico integra agora um grupo de seis universidades de toda a Europa, que vão ter o apoio da ESA na validação e voo dos seus satélites, sem custos de testes finais e lançamento.

“É a primeira candidatura universitária que atinge este nível. E a ter o sucesso final será o primeiro satélite construído e desenhado em Portugal”, começa por explicar Diogo Henriques, um dos alunos envolvidos no projeto. As expectativas são altas, mas a qualidade do projeto também o é.  O grande objetivo do ISTNANOSAT-1 passa primordialmente pelo caráter educacional, canalizando a capacidade e o talento de diversos alunos para um projeto prático, cheio de desafios e sem guião. “O objetivo do projeto é os alunos aprenderem e ganharem competências em espaço e é esse também o objetivo deste programa. Sempre foi o nosso principal objetivo capacitar a equipa”, partilha o professor Rui Rocha, um dos docentes responsáveis pelo projeto. Cerca de 26 alunos, de diversas áreas, passaram já pelo projeto.

Como qualquer outro satélite, o ISTNANOSAT-1, foi planeado com uma missão intrinsecamente correlacionada com as responsabilidades portuguesas na área de controlo aéreo, busca e salvamento. Fazendo uso dos sinais do sistema ADS-B emitidos pelos aviões e que podem ser captados pelo satélite, é objetivo do grupo de trabalho conseguir cobrir áreas remotas, neste caso todo o oceano atlântico, áreas onde até agora não é possível captar informação.  O professor Rui Rocha descortina desde já uma das maiores vantagens desta recolha de informação: “será possível localizar os sobreviventes em caso de acidentes”, ou ainda “numa possível utilização futura, aprofundar as potencialidades do sistema para melhorar as rotas aéreas”.

O satélite será totalmente construído de raiz pela equipa e “talvez este tenha sido dos aspetos mais apreciados pela ESA na avaliação do nosso projeto”, afirma o professor Rui Rocha. Para além disso “a apresentação de uma proposta elaborada, e muito bem defendida por alunos bem preparados valorizou muito a nossa candidatura”, acrescenta.

Segue-se uma fase fundamental em setembro, em que a equipa terá de entregar o projeto de design detalhado de todos os sistemas do satélite. “Será uma espécie de validação do nosso projeto”, afirma Diogo Henriques. Para já a equipa está à procura de parceiros para esta aventura de colocar em órbita o pequeno cubo que levará bem longe o nome do Técnico.