A gigante tenda branca que é montada na Alameda do Técnico e o corrupio que durante esta semana se gera em torno da mesma deixam adivinhar o sucesso que se efetivamente decora cada canto da SINFO. As bancas das empresas encontram-se rodeadas de estudantes, as relações de networking geram-se espontaneamente, os conceituados oradores conduzem palestras plenas de ensinamentos que registam uma enorme afluência, e nos corredores da tenda torna-se óbvio que os objetivos que levam os participantes e as empresas até à incitativa encontram ali a esperada realização. Há quem considere a SINFO um dos maiores eventos de tecnologia do país, e quem por lá passou ao longo desta semana teve poucas dúvidas de que assim é.
O programa do evento está repleto de oradores de renome nacional e internacional. Nesta 27.ª edição, e como vem sendo habitual, cada um dos 5 dias do evento é dedicado a um tema relacionado com a área de informática. Hannes Poser, supervisor de CG na Imagine Engine, Garrett Fredley, programador na Phoenix Labs, Alexandre Gazet, investigador de Segurança na Airbus Evaluation Team, Join Dale Mayeda, diretor de efeitos de animação da Walt Disney Animation Studios, Krzysztof Rost, diretor técnico de Efeitos na Pixar Animation Studios, e Karen Cheng, chefe de Comunicação Social na 9Gag foram alguns dos nomes sonantes que passaram pelo palco do evento organizado por alunos do Técnico.
Num dos dias mais concorridos da SINFO, com um painel de oradores da área dos jogos, Jamie Fristrom, engenheiro-chefe na Mojang Studios, protagonizou uma das palestras com mais adesão, indo ao encontro das expectativas da organização. Na plateia, enquanto se esperava pelo orador antevia-se uma apresentação descontraída e assim foi. O engenheiro presenteou a audiência com uma palestra sobre a sua carreira e o rumo que a mesma tomou, permitindo-lhe criar jogos com impacto como o “Spider-Man 2” e o aclamado videojogo “Minecraft”. “Quando estava a pensar esta palestra pensei em quão jovens vocês são, a maioria ainda a frequentar a universidade, e percebi que mais do que falar sobre as diferenças na indústria de jogos talvez fosse mais interessante falar em como fazer uma carreira nesta área”, disse logo no início.
Depois de ficar surpreendido e feliz ao perceber que na plateia havia imensos jogadores do Spider-Man 2” na plateia, Jamie Fristrom percorreria a sua carreira, contando como surgiu e foi desenvolvendo a uma paixão pelos jogos. Explicando que o seu percurso é o resulto de múltiplos fatores, sobretudo “os pais certos”, “os amigos certos”, e um conjunto de “más decisões” e “boas escolhas”, o orador ia explicando como cresceu dentro da Treyearch, até se tornar no diretor técnico do “Spider-Man 2” em 2004. Depois da Treyarch, viajou pelo mundo dos “indie games” durante vários anos, e quando regressou ao mundo empresarial do desenvolvimento de jogos juntou-se à equipa da Mojang Studios onde ajudou a criar o Minecraft. “É difícil encontrar alguém que nunca tenha jogado ou que tenha um filho que já jogou este jogo”, dizia o orador, relevando que o jogo vendeu 300 milhões de unidades. Depois de fazer uma breve comparação as potencialidades que existem hoje em dia na área dos jogos e as que encontrou quando começou a sua carreira, o orador terminaria frisando a sua convicção de que “quando as pessoas acreditam que a inteligência não é estanque, que a habilidade matemática e de programação pode aumentar elas terão muito mais oportunidades de sucesso na vida”.
Encontramos Inês Batina, aluna do 5.º ano de Engenharia Informática e de Computadores, à saída da palestra, confessando-nos que tem sido presença assídua na SINFO, aproveitando ao máximo as oportunidades disponibilizadas por esta semana das carreiras. “Está na altura de começar a procurar emprego e estas feiras são sempre importantes para entrar em contacto com as empresas, entregar currículos, etc.”, explica. “Como eu ainda não sei muito bem em que área é que gostava de trabalhar, estou a sondar empresas para perceber melhor e que oportunidades tenho”, acrescenta. Os elogios em relação ao evento estendem-se também ao painel de oradores que classifica como “ótimo”. “Para quem é da área, este evento é ainda mais importante e permite-nos contactar com o mercado e sobretudo aprender”, conclui, antes de se perder em mais uma ronda pelas bancas das empresas.
Do lado das empresas Patrícia Pronto, Talent Acquisition Trainee da Capgemini, é a porta-voz de um agrado que se estende a todas as empresas que participam no evento. Esta é a segunda vez que a empresa que fornece serviços de consultoria, tecnologia e outsourcing do mundo está presente no evento, que encara esta iniciativa como uma oportunidade de “dar conhecer a nossa empresa e essencialmente também darmos a conhecer as nossas oportunidades”, como frisa Patrícia Pronto.
Ao longo da semana, as mais de 50 empresas que participam na SINFO foram saciando a tremenda curiosidade dos alunos, com muitas informações e oportunidades de futuro. Na maior parte das vezes o resultado das abordagens é sempre frutífero – com o reconhecimento do valor que reside em ambas as partes – e fica sempre agendado um contacto posterior. Os stands que se iam alterando de dia para dia, é umas das formas de as empresas se apresentarem aos alunos do Técnico, mas há também quem opte por interagir com os mesmos através de workshops ou apresentações.
Na opinião de Miguel Regouga, é da conjugação de todos estes fatores e dos vários intervenientes que se faz o êxito da SINFO. Este ano, houve um esforço da equipa para melhorar a experiência das empresas, o que com certeza influenciou a rapidez com que os pacotes de participação do evento esgotaram. Apesar de a feira de empresas ser uma variável importante nesta equação, o elemento da organização não tem dúvidas de que o painel de oradores e a qualidade das palestras é “o que distingue a SINFO de qualquer outro evento”. “Fazemos questão de trazer os melhores oradores dentro da área da informática e isso consegue-se através de muito esforço e muita antecipação. Começamos a contactar os oradores da próxima edição já no mês de abril”, sublinha Miguel Regouga.
Ao longo de toda a semana estima-se que mais de 7000 estudantes e profissionais tenham passado pela tenda do evento. Sabendo o impacto que têm e a dimensão que foram alcançando, Manuel Regouga afirma que aquilo que rege os 24 elementos da organização é “manter, e se possível superar, o nível que ano após anos fomos conquistando”. “Lutamos pelo nosso evento, e não para sermos melhores que os outros. Quanto mais elevarmos o nível, mais positivo será para o Técnico e para os participantes”, vinca o aluno.