Campus e Comunidade

O mundo da consultoria e os seus mitos em mais uma edição das Alumni Talks

Seis antigos alunos que trabalham em diferentes consultoras aceitaram o desafio de participar no evento, ajudando os alunos a entender um pouco melhor dinâmicas e as mais-valias de uma carreira na consultoria.

Os horários e cargas de trabalho exigentes, as dinâmicas de trabalho rigorosas ou o ambiente extremamente competitivo são apenas alguns dos estigmas que giram em torno de uma carreira em consultoria. Tiago Kullberg (The Boston Consulting Group – BCG), Ana Gabriela Pedrosa (AT Kearney), Joana Namorado Rosa (Accenture), Susana Barroso (EY), Gonçalo Santos (Deloitte) e David Amaral de Brito (Everis) foram os convidados da 15.ª edição das Alumni Talks esta terça-feira, 10 de dezembro. De forma leve, através das experiências individuais e de algumas histórias marcantes os seis antigos alunos do Técnico ajudaram a derrubar alguns destes mitos e estimularam a curiosidade pelo mundo da consultoria.

Durante cerca de duas horas, a Sala de Reuniões que acolheu o evento foi palco de muita partilha. As mesas de pequeno-almoço foram a arena onde a experiência e a vontade de saber se encontraram, encaixando imediatamente. O ambiente informal, a proximidade automaticamente gerada pelos “tempos do Técnico”, a postura acessível e a bagagem carregada de experiências ajudavam a mitigar qualquer hesitação que os cerca de 30 alunos que participaram pudessem ter em colocar as dúvidas que os assombravam. De forma muito direta, os antigos alunos saciaram curiosidades, relembraram a passagem pela escola e as competências adquiridas nesse trajeto, sugeriam experiências e elencaram alguns dos motivos que os mantêm fascinados pela consultoria.

A oportunidade que um consultor tem de trabalhar com empresas de diversas áreas, em geografias diferentes, e com pessoas de outras culturas; a nova perspetiva e o leque de conhecimentos que chega com cada projeto novo; a rede de contactos que se cria ao exercer estas funções; e ainda a possibilidade de trabalhar com os melhores profissionais de cada área foram alguns dos argumentos mais do que favoráveis que iam sendo apontados nas várias mesas, ainda que em tempos e com ângulos distintos. “O saldo entre a carga de trabalho de um consultor, a aprendizagem constante e a possibilidade que nos é da dada de trabalhar com pessoas fantásticas é sem dúvida muito positivo”, frisava David Amaral de Brito. No seguimento desta ideia o alumnus sublinharia ainda que “a progressão na carreira e o crescimento salarial são muito mais rápidos numa consultora”, tentando ainda desmoronar o estigma de que é impossível conciliar a vida privada e pessoal quando se é consultor. “Esta exigência também já existe em outras empresas, e acaba por ser natural nos primeiros tempos de uma carreira. É uma forma de a empresa puxar por nós e nos fazer evoluir”, reiterou o consultor da Everis.

A diversidade das equipas, as oportunidades internacionais fornecidas pelas consultoras, a composição das mesmas, a exigência das funções, a formação fornecida pela empresa, os procedimentos de recrutamentos e o que pode diferenciar um graduado do Técnico foram alguns dos tópicos que orientaram as perguntas colocadas pelos alunos. “O que distingue os graduados do Técnico é a capacidade de raciocínio e a versatilidade”, realçava Susana Barroso. Por sua vez, Tiago Kullberg explicava que a capacidade de comunicar é bastante valorizada pelas consultoras. “É importante vocês preparem-se bem para as entrevistas, saberem mostrar as vossas competências, e se saírem de lá a sentir que correu mal, não se preocupem, acontece a todos”, afirmava o consultor do BCG. “No início de uma carreira de consultoria um engenheiro tem que se esforçar mais do que alguém com formação em gestão, mas a nossa capacidade de pensar fora da caixa, e o à-vontade para resolver problemas vai ajudar a distinguir-nos e acrescentar valor à empresa”, destacava por sua vez Joana Namorado Rosa. “Os engenheiros gostam de muita coisa, querem fazer muita coisa e isso também nos distingue”, realçava, por sua vez, David Amaral de Brito.

Regularmente a questão dos horários exigentes voltava a invadir as conversas, numa tentativa bem-sucedida de exterminar todas as dúvidas. Novamente sem camuflar nada, os alumni explicavam que os picos de trabalho não são constantes, e apontavam o planeamento rigoroso do trabalho como a estratégia correta de nunca faltar a nenhum jantar de aniversário ou evento familiar. “Claro que há momentos em que temos de trabalhar mais, mas nada que uma boa gestão de tempo não nos permita resolver”, acentuava Susana Barroso. Também a ideia da competitividade extrema foi sendo esbatida com os relatos dos antigos alunos que salientaram que nas consultoras há espaço para todos evoluírem. “O mundo da consultoria é extremamente dinâmico, e as oportunidades surgem a toda a hora. Com trabalho, todos as conseguimos agarrar”, vincava a consultora da EY.