Campus e Comunidade

“O que diferencia os alunos do Técnico é a capacidade de trabalho”

A frase do alumnus Renato Gonçalves foi uma das muitas mensagens positivas passadas na 12ª edição de Alumni Talks.

A partilha é sempre um ponto de partida e também um ponto de chegada nas Alumni Talks -o evento organizado pelo Núcleo de Apoio ao Estudante (NAPE) em parceria com a Técnico Alumni Network  e que conta com o apoio do  Santander Universidades,  juntando antigos alunos e atuais estudantes da Escola. Se de um lado estão os alunos sedentos de saber mais sobre o que os espera no futuro, do outro encontramos profissionais com carreiras de sucesso, dispostos a fazer da experiência que detêm um exemplo que afague os receios e que catapulte a certeza de que “o melhor ainda está para vir”. “Vocês saem do Técnico e isso é uma boa arma para enfrentar os desafios que vos esperam”, ia repetindo Miguel Guedes (Ericsson), um dos alumnus convidados. Ana Teresa Freitas (HeartGenetics), João Paulo Girbal (AAAIST), Francisco Pinto (Rockbuilding), Marcos Ribeiro (Santander Universidades Portugal), Rui Teixeira, (EDP Produção) e Renato Gonçalves (Nokia Siemens Networks) completavam o painel de alumni convidados desta quarta-feira, 14 de novembro.

Durante cerca de duas horas, o ambiente foi, e como o formato do evento o exige, pautado pela informalidade, o bom humor e por muita aprendizagem. As conversas foram quase sempre centradas no percurso seguido pelos antigos alunos, no que os permitiu chegar lá, nos processos de transição, nas mais-valias de ser graduado do Técnico, e até nos hipotéticos arrependimentos de se ter largado a engenharia para abraçar a gestão. Criam-se exceções no guião da conversa sempre que um assunto interessante surge no decorrer da mesma, e os alunos do Técnico não deixem fugir a oportunidade de saber a opinião destas referências de futuro.

“O que diferencia os alunos do Técnico é a capacidade de trabalho” destacava a determinada altura Renato Gonçalves perante uma mesa completamente cativada pela sua boa disposição. Por entre episódios engraçados e outros menos positivos foi sempre reiterando a necessidade “de retirar uma aprendizagem e um lado positivo de todas as experiências pelas quais temos que passar”. Nas outras mesas o cenário não era muito distinto e o ritmo a que se chegava a determinado assunto ia dependendo dos jovens alunos. Na mesa do lado, por exemplo, e aproveitando o espírito empreendedor da alumna Ana Teresa Freitas, explorou-se entre outras coisas os desafios de criar uma startup, de levar o produto até aos mercados internacionais e de como é importante “ter os pés bem assentes na terra” neste meio. “No mundo dos negócios a rede de contactos é extremamente importante”, assinalava a CEO da HeartGenetics. “Um engenheiro na gestão fará toda a diferença. Somos muito mais pragmáticos e procuramos sempre a eficiência”, declarou ainda.

A importância de tomar decisões ponderadas, a entrega, a predisposição para aprender e conhecer novas áreas foram sendo enunciadas como atitudes importantes na procura do êxito. “Não criem âncoras demasiado cedo porque isso será um obstáculo à vossa mobilidade e na aceitação de novos desafios”, referia João Paulo Girbal que foi ao longo do tempo reiterando o facto de, hoje em dia, o mercado que espera estes futuros profissionais é a Europa.

No final, todos quiseram ir para além das fronteiras impostas pelas mesas, partindo à descoberta daquilo que os outros alumni tinham para contar, e aproveitando o tempo restante para estabelecer contactos. Alexandre Silva, aluno de Engenharia Biomédica queria muito falar com Rui Teixeira, mas antes ainda teve tempo para dar o feedback desta participação nas Alumni Talks: “Foi ótimo ter vindo, sem dúvida, porque me permitiu falar e conhecer pessoas de fora do Técnico, com experiências muito boas e que nos podem ensinar tanto”. “Estou a descobrir que ainda há lá fora um mundo muito maior do que aquele de que eu imaginei”, salientava de seguida. Ana Fernandes, aluna Matemática Aplicada e Computação, encontra-se no mesmo estado de satisfação. Apesar de ser a segunda vez que participa no evento não deixa de se mostrar surpreendida com as vantagens do mesmo: “acho que é uma experiência muito boa, por tudo o que nos contam, pela inspiração que nos dão para aquilo que poderá ser o nosso futuro, pelos ensinamentos até de vida que fazem questão de partilhar”.

E se o contentamento era comum a todos os alunos, também o era nos alumni, um facto comprovado pela disponibilidade que demonstravam a cada abordagem, e pelo tempo suplementar que iam retirando da sua agenda para permanecer no evento. Rui Teixeira foi um exemplo disso, e depois de algum tempo e muitas abordagens lá acabou por sair. Apesar do atraso, o CEO da EDP Produção voltou a estar disponível para explicar porque fez questão de estar presente: “acho extremamente estimulante poder estar a falar com alunos do Técnico de diferentes anos e no fundo partilhar a minha experiência”, declarou. “Uma das coisas mais normais é que quando estamos a acabar o curso temos imensas dúvidas sobre o que vamos fazer a seguir e nunca vamos ter essa resposta, não há, aliás, uma resposta certa para isso. E por isso acho que é útil poder partilhar a experiência de quem já passou por isso”, acrescentava de seguida. Não sendo adeptos de conselhos, preferiu através das suas experiências partilhar a sua aprendizagem: “se eu ambicionar ser excelente provavelmente nunca vou conseguir sê-lo em tudo aquilo que faço, mas se eu não ambicionar ser excelente eu tenho a certeza que nunca vou conseguir sê-lo em nada do que faço”. “Portanto é esta ambição pela excelência que posso recomendar, que é aliás uma das coisas que o Técnico nos ensina”, concluía, relembrando o que foi dizendo aos alunos que ocupavam a sua messa. Não foi embora sem antes dizer uma frase tão popular neste evento: “É sempre bom voltar a esta casa”.