Se a agenda de trabalho e o horário de aulas deixassem a 9ª edição das Alumni Talks que decorreu esta quarta-feira, 13 de dezembro, estender-se-ia pelo dia fora. A partilha de impressões e experiências tornou-se tão profunda e interessante que foi difícil tanto aos antigos como os atuais alunos arredarem pé. Inês Eusébio, Head of Insurance Business Unit na Everis Portugal, João Baleizão, Chemical Recovery & Energy Area Manager na The Navigator Company, João Nuno Bento, Executive Director na Novabase, Paulo Jesus, Head of Learning & Innovation na Jerónimo Martins, Paulo Trezentos, Co-founder & CEO na Aptoide, Pedro Guerreiro, Key Account Executive na Apple e ainda Pedro Lobo, Founder e Administrator na Innovagency, foram os alumni convidados para a sessão.
Para quebrar o gelo, e depois de se sentarem, os alunos dos mais variados cursos do Técnico, iam-se apresentando ainda que meio a medo. Do outro lado, atentos, os alumni iam lançando algumas piadas, contando episódio pessoais, referindo detalhes de um passado do Técnico, que acabavam sempre por quebrar as resistências dos mais jovens.
As perguntas iam surgindo pela voz dos atuais alunos mais destemidos, e giravam em torno dos detalhes de como chegaram estes engenheiros a lugares de topo, das oportunidades que as suas empresas oferecem aos recém- graduados, ou como se pode fazer a diferença num mundo cada vez mais competitivo. “Perguntaram-me várias coisas, desde o conhecimento que precisam ter, as expectativas que o mercado tem acerca deles, entre tantas outras coisas”, contou Inês Eusébio no final do evento. “Partilharam essencialmente várias preocupações, como por exemplo os receios em relação às dificuldades em encarar as mudanças constantes, ou como é que eles podem fazer essa diferença face a essas mudanças”, contava a Head of Insurance Business Unit da Everis Portugal. E foi também através da partilha que apaziguaram esses receios. “Vocês não vão encontrar um emprego de sonho à primeira”, dizia aos jovens João Baleizão.” Eu acho que vocês vão fazer tudo aquilo que quiserem, não se preocupem”, lançava de seguida.
Os mais jovens iam percebendo que os medos que têm não são únicos, e que outrora outros já os tiveram, os mesmos que estão à sua frente com uma carreira sólida e auspiciosa. “Não vale de muito eles tentarem antecipar o futuro ou questionar já as escolhas que fizeram”, frisava João Baleizão. O Web Summit, o crescimento de Lisboa nos últimos anos, as experiências extra- curriculares ou os hobbies também vinham “à baila” de vez em quando, a propósito dos benefícios que daí podem advir para os que vão ou irão daqui a uns anos para o mercado de trabalho. “Acho que é isso o melhor conselho que lhes podemos dar é que sejam felizes com aquilo que vão fazer, é o segredo do nosso sucesso”, reiterava Inês Eusébio. “É importante viver, e não sobreviver. A desmotivação mata o talento, mata conhecimento, mata inovação e acaba por minar o que está à volta”, acrescenta a alumna. O conselho repetia-se pela voz dos outros alumni convidados.
Na sua mesa, Catarina Reis, aluna de engenharia química, era das mais interventivas. “Decidi vir porque estou no quarto ano e quero ganhar perspetivas e perceber se aquilo que eu estou a fazer, as minhas dúvidas fazem sentido, e acho que estar aqui é uma ótima oportunidade”, explica. Ela que é uma apaixonada pela engenharia, e ultimamente tem vindo a descobrir interesses nos vários ramos da mesma, gostou de perceber que ao longo dos seus percursos os alumni presentes “chegaram a sítios completamente diferentes da área deles”, e percebeu “portanto, que o que eu quero fazer depende daquilo que eu fizer por isso”, concluiu com um sorriso.
Rafael Belchior, aluno de engenharia informática e de computadores, estava em outra mesa, mas não foi menos interventivo que Catarina, ele que já tinha vindo a outra sessão deste evento mas, resolveu repetir a experiência. “É bastante importante saber e conhecer o background de pessoas que souberam desde muito cedo posicionar-se bem, e acho que é muito relevante recolher experiências”, partilhava o aluno. “Essencialmente queria saber de que forma é que as atividades extracurriculares os ajudaram a posicionar-se para alcançar o que são hoje”. E conseguiu. Vai embora com uma das frases que o alumnus Pedro Lobo proferiu na cabeça. “Ele disse que se soubesse o que sabe hoje, quando estava a fazer o curso em vez de o ter feito em 5 anos, teria feito em 8, lembrando o quanto é importante investir tempo em atividades extracurriculares, em nome do nosso crescimento pessoal”. “E é mesmo assim”, sublinha o aluno de engenharia informática e de computadores, “temos que saber o que é que podemos fazer hoje, não amanhã, ou depois de amanhã, mas sim hoje, para que daqui a dois ou cinco anos estarmos onde queremos estar”.