João Pedro Tavares, alumnus do Técnico e Consultor da Fundação Calouste Gulbenkian.
Entrar no Técnico foi para João Pedro Tavares como cruzar uma porta de entrada direta para uma comunidade de pessoas desafiantes, ambiciosas, com vontade de transformar o mundo, curiosas na busca de mais saber, generosas na forma como partilhavam o conhecimento e o punham ao serviço da sociedade. Quando se candidatou não tinha a certeza se engenharia seria a escolha certa, “mas ao chegar ao final do curso invadiu-me uma enorme alegria pela escolha que tinha feito”, conta o alumnus. Quanto ao Técnico “foi uma escolha óbvia por ser, por todos assumida, como a melhor escola de engenharia, com reconhecimento internacional inclusive”, partilha João Pedro Tavares.
Ao relembrar os cinco anos de Técnico, o antigo vice-presidente da Accenture, puxa da honestidade e partilha que os primeiros tempos foram muito de “passagem, a olhar-para-as-modas e só mais tarde me tornei mais aplicado”, confessa. Desses anos recorda também a lição que retirou sobre a importância de trabalhar em equipa, a mesma que ele sentia que não tinha, e que lhe fez tanta falta. “Esse foi o maior de todos os erros que cometi e nunca mais na vida procurei resolver os problemas por mim mesmo”, afirma João Pedro Tavares.
Depois da aprendizagem, a ansia em crescer e ter novos desafios sobrepôs-se ao que lhe era apresentado pela frente. “Senti necessidade de crescer na gestão, na resolução de problemas, na liderança, em metodologias e foi um ex-colega do Técnico que me convidou para experimentar a vida de consultor”, relembra o alumnus. Seguiram-se dois anos de experiência, sempre consciente do risco que corria ao afastar-se da engenharia. “A meio do meu percurso, sentia pena por não ter posto em prática tudo o que estudei e que tanto gostei no Técnico”, frisa, ressalvando, porém, que ao final de trinta anos de carreira não se arrepende da escolha que fez.
Não hesita em afirmar que levou do Técnico “excecionais bases no uso da tecnologia e que essas ferramentas me abriam um amplo leque de escolhas para o meu futuro”, declara João Pedro Tavares. “Pude aperceber-me que o Técnico não me tinha formado apenas como engenheiro, mas tinha-me provido de um amplo leque de capacidades técnicas, funcionais, sociais e, até, de liderança, que me permitiam abraçar os desafios da consultoria com familiaridade e confiança”, destaca ainda. Acredita que quando o tratam por engenheiro é porque efetivamente o é, mas também porque lhe reconhecem o pragmatismo, a abordagem estruturada, racionalidade, inovação na busca da solução, objetividade, enfoque, próprios de um engenheiro. Afinal “um engenheiro pode ser um bom gestor, mas um gestor nunca poderá ser um bom engenheiro”. A tudo isto alia a vontade de dar “o melhor de mim, promover o melhor de cada um, alinhar equipas”, realça o consultor.
Enquanto empregador vislumbra nos alunos do Técnico caraterísticas muito apetecíveis: “sem dúvida que muito do que ensina o Técnico nos capacita para responsabilidades de liderança e de gestão. Mas sobretudo, desperta-nos uma atitude e uma consciência de responsabilidade”. E quando se sai é preciso ter a noção de que “no mundo profissional, na sociedade, iremos representar a nossa família, mas também uma escola, iremos ter um label, by IST”, afirma o também consultor da Fundação Calouste Gulbenkian.
Além de alumnus ou empresário com ligações ao Técnico, João Pedro Tavares é hoje pai entusiasmado com o percurso que o filho, um aluno de engenharia Eletrótécnica e de Computadores, faz no Técnico. “Tenho um filho a estudar e vejo-o de alma e coração, envolvido no ambiente do Técnico, na dinâmica dos trabalhos, do estudo em grupo, da troca de informação, da exploração de um conjunto enorme de ferramentas que são colocadas à sua disposição. “O Técnico é sem dúvida um privilégio, uma excelente escolha”, frisa.
Apoderado pelo saudosismo, relembra que a cada “regresso a casa” viaja no tempo, relembra as sensações marcantes deste percurso. É esse contacto próximo que lhe permite concluir que a “escola continua a evoluir e a querer estar na vanguarda da engenharia”, vinca o alumnus. “O ensino de hoje é mais amplo e abrangente do que no meu tempo e que existe uma maior proximidade e acompanhamento dos alunos, das suas expectativas, dos seus desejos e ambições”, sublinha por fim.