Catorze ilhas de dez lugares com objetos científicos e pedagógicos antigos como centros de mesa. Era desta maneira que o salão nobre do Técnico esperava os 140 alumni para o jantar anual que a pandemia de covid-19 interrompeu durante três anos.
À entrada, atuais estudantes recebiam os antigos. Identificados pelo nome e curso, com o número de aluno na memória – como muitos provaram ao longo da noite. Espreitava-se o espaço, vagueava-se pelos corredores… Visitavam-se os Grandes Auditórios (GA): fato ajeitado, vara na mão, ouve-se do estrado: «Pode tirar-me uma fotografia? É para a minha filha.»
Sem lugares marcados, em grupo ou a solo, todos encontraram onde (ainda) pertenciam. Afinal, todos têm algo em comum, o «orgulho em ser do Técnico». Visitam no presente, a Escola que viveram em tempos distintos. A um lado, o grupo de cinco arquitetos que entraram em 2005 e cujo ano de saída «não interessa» recorda a viagem com o Professor de desenho que deu nome a uma série de viagens sem o mesmo. Na mesa imediatamente atrás, foi um concerto de Xutos&Pontapés, numa noite de Arraial, que veio à memória de uma antiga aluna de engenharia e gestão industrial de 1992. Mais ao fundo, a um canto junto à mesa de som, a conversa prendeu-se no horário de segunda a sábado – tão diferente do do neto – e nas aulas de química orgânica terminadas depois da hora, pelo Professor Laurent (ouvir podcast “110 Histórias | 110 Objetos” – Episódio 20: O Laboratório de Química Orgânica), que atrasavam as idas ao Cinema Império.
A Associação de Antigos Alunos do Instituto Superior Técnico (AAAIST), criada em 1986, mistura várias gerações que passaram pela Escola e tenta transformar este sentimento em retribuição. Depois de, em 2012, ter criado o fundo solidário AAA, a Associação anunciou, neste jantar de 18 de janeiro, a criação de uma Bolsa de Estudos.
Terminado o jantar, seguiu a conversa, sem moderação, dos Engenheiros Cristina Fonseca, Pedro Oliveira e Raul Galamba de Oliveira. Experiências profissionais várias e distintas, conclusões semelhantes, talvez porque «Os engenheiros estão praticamente preparados para tudo». Seja pela «resiliência», fundamental num empreendedor, como referiu a cofundadora da Talkdesk, pela capacidade de «construir mais coisas», destacada pelo diretor Nova SBE ou a «eficiência» que o Presidente do Conselho de Administração dos CTT disse ter aprendido no Técnico.
Os apelos ao contributo dos presentes para a Bolsa de estudos da AAAIST foram-se repetindo ao longo do encontro. O Presidente do Técnico, Professor Rogério Colaço, fê-lo frisando a importância de «não desperdiçar talento». A mesma palavra usou o Engenheiro Carlos Moedas, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, para definir a sua Escola: «o nosso Técnico é uma máquina extraordinária de talento».
Além dos jantares promovidos pela AAAIST, o Técnico conta, desde maio de 2022, com a plataforma alumni na qual, antigos estudantes podem reencontrar-se e manter-se em rede.
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