Campus e Comunidade

Problemas e soluções ambientais em debate nas JEAMBI 2022

O evento arrancou esta quarta-feira e estende-se até à próxima sexta-feira, 11 de março.

À medida que a manhã desta quarta-feira, 9 de março, avançava o Centro de Congressos que acolhe mais uma edição das Jornadas de Engenharia do Ambiente(JEAMBI), foi ficando mais composto. Há, no entanto, quem mesmo sem estar presente esteja ligado à iniciativa dos alunos de Engenharia do Ambiente do Técnico, que este ano se realiza de forma híbrida. A partir de hoje e até à próxima sexta-feira, 11 de março, são muitos os conceituados especialistas que trazem a este palco inúmeras temáticas atuais e perspetivas, permitindo aos participantes a aquisição de conhecimentos e a interação com o mercado de trabalho e profissionais da área da Engenharia do Ambiente.

Catarina Querido, presidente das JEAMBI 2022, explica que esta opção pelo modelo híbrido foi tomada depois da “surpreendente adesão” registada no ano passado. “Na última edição correu bastante bem, tivemos pessoas a assistir às nossas palestras de outras universidades e até de outros países. Mantemos o nosso foco no Técnico, mas também queremos conseguir chegar a outras pessoas que não possam deslocar-se”, partilha. “Este formato também permite convidar oradores que mesmo não podendo deslocar-se cá, gostaríamos muito de ter no nosso programa, como, aliás vai acontecer em algumas palestras”, acrescenta a alumna.

O presidente do Técnico, professor Rogério Colaço, abriu a sessão lembrando que o desafio ambiental é “transgeracional” e o “maior do próximo século” e partilhou a sua convicção de que “a única solução para o problema ambiental é de cariz tecnológico e científico e vocês são parte integrante dessa solução”. O docente agradeceu ainda à organização, “a resiliência e tenacidade” durante estes dois anos, desejando o maior dos sucessos para mais esta edição.

O engenheiro Alexandre Gaspar (Navigator Company) conduziria uma palestra onde além de apresentar a empresa com relevo no mercado internacional da pasta e do papel, explicou em que consistem estes conceitos de Biorefinaria, Bioeconomia e Economia Circular, mostrando que existe já uma valorização e aplicação na indústria. “Os produtos de base de papel e de cartão podem ser reciclados e reutilizados várias vezes, por exemplo, a fibra de celulose produzida com eucalipto português pode ser reutilizada 7 vezes antes de se degradar completamente e este conceito pode ser usado em cascata. Um produto nobre como são as folhas de papel que vocês usam no vosso dia a dia podem ser recicladas dando origem a um conjunto de produtos subsequentes: revistas, caixas, sacos e por aí fora”, evidenciou.

O engenheiro partilhou ainda alguns detalhes sobre o processo de produção, demonstrando a sua eficiência: o processo de produção de pasta de papel, sobretudo aquela castanha para cartão, é muito eficiente e muito simples. Todos os químicos usados no processo são recuperados e regenerados. Todos os químicos usados no processo são recuperados e regenerados”, partilhou. “É muito interessante esta ideia de as empresas estarem a olhar para os produtos de pasta e papel para substituir alguns plásticos porque estes produtos têm as mais elevadas taxas de reciclagem na União Europeia. E quando nós olhamos para as embalagens feitas em papel ou em cartão são das mais recicladas comparativamente com as embalagens em metal, vidro ou em plástico”, destacou, mais adiante.

A eletrificação da economia, novas técnicas de agricultura, ciências comportamentais aplicadas à sustentabilidade, a energia solar e a descarbonização da economia são apenas alguns dos temas que trazidos a este palco no decorrer do evento.

Apesar de estarem cientes que, ao longo da semana, a concorrência pela atenção dos alunos do Técnico é muita, com vários eventos a acontecer em simultâneo, a organização está confiante que a tendência que se registou na manhã de quarta-feira se irá manter e que a plateia continuará a aumentar física e digitalmente. “Esperamos conseguir captar todos os interessados nestas áreas. O nosso público alvo são, claro, os alunos de Ambiente, mas os temas são muito variados e conseguimos sempre chegar a outros cursos e pessoas, e espero que isso continue a acontecer”, partilhou a alumna.