“Uau, fazem-se coisas tão giras aqui!”, a exclamação ouviu-se várias vezes durante a visita de mais um grupo de cerca de 60 alunos do Agrupamento de Escolas Prof. Reynaldo dos Santos, na manhã desta terça-feira, 27 de fevereiro. Um dos locais de passagem foi o Instituto de Sistemas e Robótica (ISR), onde a admiração e o entusiasmo foram comuns perante o Chico e Vizzi – os robôs do ISR. A postura eletrizante de quem quer saber mais “sobre o futuro”, como eles próprios designam o trabalho que por aqui se faz, foi uma constante ao longo da viagem que o “Engenheiras por um dia” oferece a estes estudantes.
Depois das visitas às escolas que aderiram ao projeto-piloto, decorre agora uma nova fase do mesmo onde as turmas de ciências e tecnologias são convidadas a contactar diretamente com o ambiente do Técnico, visitando os mais variados espaços físicos e ouvindo falar de engenharia por quem a estuda, ensina e também pratica todos os dias. Num ambiente animado, divididos por grupos e acompanhados por guias do Núcleo de Apoio ao Estudante – NAPE, a magia da engenharia fez brilhar os olhos das jovens estudantes.
Apesar de ser especialmente dirigido a estudantes raparigas, o projeto não pretende ser exclusivo e por isso também os rapazes foram convidados a visitar os laboratórios de Bioengenharia e de Engenharia do Ambiente. As raparigas por sua vez, além do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR), conheceram o espaço e a equipa do Formula Student Lisboa (FST). E se quando a divisão foi anunciada, a vontade de permuta foi imediata, no final já se ouviam muitos comentários semelhantes ao de Joana Santos, uma das alunas que participou na visita: “Qual inveja qual quê, nós é que tivemos sorte”, soltou no final da passagem pelo ISR.
“Apesar de crescermos a ver estas coisas nos filmes, de toda a gente saber que já existem robôs na realidade que fazem tudo, pensamos que é tudo feito muito longe, que não há nada de tão entusiasmante a ser feito aqui tão perto de nós”, frisa Matilde Oliveira, outra das alunas. O entusiasmo é o resultado do conhecido “ver para crer”. E além dos robôs que lhes despertaram o brilhozinho nos olhos, viram algumas das aplicações que os mesmos podem ter nos mais variados contextos, e questionaram alguns detalhes que marcam o processo de composição até ao resultado final. “É tão giro ver como os robôs funcionam, como podem ajudar as pessoas, como são construídos ao detalhe, a pensar em ajudar as pessoas”, diz Joana Santos com um sorriso.
Logo no início da visita o professor José Santos Victor, numa breve apresentação do ISR, declarava que “precisamos e queremos ajuda. Serão sempre bem-vindas pessoas curiosas, com ideias, com vontade de fazer”. A avaliar pela discussão que se gerou no fim da visita, pela vontade de saber mais que demonstraram durante a mesma, e pelo fascínio contagiante, existiam no grupo potenciais candidatas. Matilde Oliveira pelo menos “acha que é bem provável que depois disto queria voltar”. Se não fosse este projeto “com certeza não estaria aqui, e não teria noção que pode estar aqui umas das coisas que quero fazer no futuro. Já consigo imaginar-me a fazer engenharia”, conclui Matilde, não deixando dúvidas de que o “Engenheiras por um dia” está já a deixar rastro.