A iniciativa não é nova, mas todos os anos a organização faz questão de a renovar em todos os sentidos, e por isso, este ano, em mais uma edição do Dia da Responsabilidade Social no Campus do Taguspark, os protagonistas escolhidos foram múltiplas associações de voluntariado ligadas ao concelho de Oeiras. Sob o tema “Responsabilidade Social: onde, como e porquê”, durante esta quarta-feira, 16 de maio, através de diversas atividades e da partilha de experiências, tentou contagiar-se e sensibilizar-se a comunidade do Técnico para a temática.
O presidente do Técnico, o professor Arlindo Oliveira, marcou presença na sessão de abertura do evento, lembrando, no seu breve discurso, “que historicamente, os alunos do Técnico sempre foram sensíveis a questões sociais, como bem ficou patente no papel que o Técnico desenvolveu antes do 25 de abril de 1974, defendendo e lutando por causas sociais”. Neste momento e perante outra realidade e outras causas, “as questões sociais continuam a ser tão importantes como era antes, ou talvez mais”, e por isso o presidente do Técnico espera que “os alunos do Técnico, enquanto elite intelectual e com capacidade de concretização e implementação de projetos, continuem atentos a estas causas, não se esquecendo de quão diversas são as sociedades”.
Foi depois dada a palavra, a quem melhor do assunto sabe falar: as associações e os seus voluntários. Com um brilhozinho nos olhos, de quem sabe o “bem que está a fazer a si e aos outros”, os representantes das instituições – Acreditar; Amal; Aria; Associação Coração Amarelo; DarISTo; Fundação a Comunidade Contra a Sida; Just a Change; Make a Wish; NEEGICares; Programa Oeiras Solidária e Serve the City, foram partilhando vivências e motivações. “Já vivi o cancro na primeira pessoa, em dose dupla e nessa altura a Acreditar foi crucial para mim, e por isso hoje estou aqui a retribuir”, dizia Jorge Palha, voluntário da instituição e aluno do Técnico.
Além de contarem com alunos do Técnico, vários dos projetos apresentados tiveram mesmo origem ou detém uma qualquer outra ligação ao Técnico, como se foi percebendo ao longo das apresentações. “O projeto DarISTo é o resultado de uma ideia de um conjunto de mães aqui do Técnico que queriam escoar algumas coisas que iam resultando do crescimento dos nossos filhos, dando-lhes uma nova vida”, explicou Cecília Moreira, uma das responsáveis pela projeto e funcionária do Técnico. Também Alfredo Abreu, o voluntário que deu a cara pela Serve The City, explicou a ligação da instituição ao Técnico: “Há vários jantares comunitários que organizamos que são servidos na cantina do Técnico, além de termos vários voluntários com ligação a esta Escola”. Além de enumerar as várias atividades da sua Associação, Alfredo Abreu referiu a necessidade de aumentar o número de voluntários e para tal dedicou algum do tempo que dispunha a explicar a essência destas ações: “o voluntariado é participação cívica e é desenvolvimento humano, e o mundo precisa desta revolução de generosidade”. “Nós somos aquilo que damos e por isso pergunto aquilo que vocês são!”, espicaçava de seguida o voluntário.” Quanto mais formos capazes de dar aos outros, melhores pessoas seremos”, concluía, encerrando de maneira certeira a apresentação das instituições.
Tentando novamente dar rostos à responsabilidade social e ao voluntariado, seguiu-se um painel de debate que envolveu uma voluntária, Helena Rogério (Serve the City), um beneficiário, Paulo Ponte (Acreditar), o membro de uma associação, Duarte Fonseca (Just a Change), a representante de uma empresa que detém uma forte estratégia de responsabilidade social, Gisela Damásio (Auchan), e ainda a representante do Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial (GRACE), Paula Viegas. Oferecendo perspetivas diferentes, mas sempre avivando “a importância de exercer uma cidadania ativa”, os oradores partilharam durante mais de uma hora as motivações, estratégias, dificuldades, mas sobretudo as mais valias que retiram do voluntariado, que como todos lembraram “pode ser praticado quando e onde quisermos”.
Duarte Fonseca foi o primeiro a arrancar sorrisos e a despertar vontades quando partilhou que “um dos voluntários da Just a Change conseguiu convencer uma senhora a sair de casa para ir ao cabeleireiro, coisa que ela não fazia há cerca de 10 anos”, partilhava Duarte Fonseca. “Todos os dias desde que faço voluntariado, é uma aprendizagem constante de como lidar com os outros e comigo”, referia por sua vez a voluntária da Serve the City. À medida que o tempo passava a felicidade e o orgulho por “ajudarem os outros” ia inundando a sala, e Helena Rogério não deixava que dúvidas restassem: “Qualquer esforço suplementar que eu tenha que fazer para estar ali é compensado pela alegria das pessoas que ajudamos”.