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Quatro experiências obrigatórias do programa de Física passam a estar cobertas pelo e-lab

O Instituto Superior Técnico e o Instituto de Educação da Universidade de Lisboa disponibilizam quatro experiências de Física controladas remotamente e que servirão de apoio ao ensino secundário.

O e-lab irá em breve ter disponível um lote completo e educativo de quatro experiências que são obrigatórias na disciplina de Física no percurso do secundário em Ciências e Tecnologias. Perceber o efeito da gravidade na aceleração dos graves, acompanhar a conservação da energia e o momento em que os corpos que interagem numa colisão, verificar as razões que determinam o isocronismo de um pêndulo e como o mesmo mede a aceleração local da gravidade, e explorar o mundo das energias renováveis, nomeadamente a resposta espectral dos painéis solares, a luz difusa, etc., passa a ser possível através do acesso ao site do e-lab.  O  estado de emergência levou a equipa do laboratório remoto do Técnico a agilizar a produção de duas das experiências para que  o apoio e os  recursos necessários à perceção destas matérias tão relevantes não faltasse aos estudantes.

Duas das experiências que integram este importante pacote para os alunos do secundário, já existiam, estando uma delas deslocalizada no Externato Cooperativo da Benedita fruto de um projeto anterior financiado pelo Ciência-Viva e do projeto do “Pêndulo Mundial” financiado pelo Erasmus+. Muito em breve juntam-se a estas, as experiências “Plano inclinado” e “Painel fotovoltaico” desenhadas de raiz pela equipa do e-lab e que contam com o apoio de um projeto da Fundação para a Ciência e a Tecnologia(FCT). “Este projeto procura examinar as potencialidades de programas STEM com recurso a laboratórios remotos, para as aprendizagens de Física dos alunos do ensino secundário”, explica o professor Horácio Fernandes, docente do Departamento de Física (DF) e responsável pelo laboratório.

De forma simples, acessível e dinâmica,  o e-lab cruza a magia do experiencialismo com o dinamismo das novas tecnologias permitindo aos alunos testar a aprendizagem que sai dos manuais. Depois do acesso ao site do e-lab,  e de devidamente registados, os alunos programam a experiência que querem realizar num determinado aparato experimental: “Primeiro, fazem uma configuração da experiência, naquilo que denominamos de ‘sala de controlo’, na prática, o ambiente gráfico de virtualização do laboratório, e posteriormente executam a experiência podendo observá-la a decorrer através do vídeo transmitido ao vivo, obtendo os dados respetivos em tempo real”, explica o professor Horácio Fernandes.

Apesar destas duas novas experiências já estarem pensadas, a emergência aportada pelo confinamento levou a equipa do e-lab a acelerar a sua produção, oferecendo esta hipótese a todos os alunos do ensino secundário. “Apesar de acreditar que a prática laboratorial é essencial em física experimental, o e-lab é uma componente essencial no ensino digital desta disciplina”, vinca o professor Horácio Fernandes.  “Assim, a nossa estratégia passa por oferecer o acesso remoto a diversas experiências, ao mesmo tempo que motivamos os professores a proporem atividades artesanais mais simples, complementares ao laboratório remoto e controladas remotamente”, frisa o docente do DF.

O traquejo do professor Horácio Fernandes nestas andanças permite-lhe afirmar, sem hesitar “que existe alguma relutância em utilizar ferramentas novas no ensino, mas, ao apropriarem-se desta ferramenta, as pessoas passam a utilizá-la no seu quotidiano”. “Além disso, as crises também têm um lado positivo:  aceleram a mudança”, acrescenta.

Lembrando que “o Técnico, fruto do esforço de alguns docentes, despertou cedo para o ensino digital”, o professor Horácio Fernandes vinca que “agora é uma questão de alimentar esta ideia embrionária para ela crescer e se expandir ainda mais”. “O e-lab faz parte dessa ideia embrionária e está também pronto para crescer”, remata o responsável pelo laboratório remoto.

Além do Técnico e do Instituto de Educação, o projeto conta com o apoio ainda de outras faculdades, tais como a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.