Campus e Comunidade

Semana de Bioengenharia: de olhos postos no futuro

A relevância e atualidade dos vários campos da Bioengenharia refletiram-se no vasto programa do evento.

É sabido que a Bioengenharia é um campo único e interdisciplinar. O programa da Semana de Bioengenharia (SBE) tem isso em atenção e são muitos os temas de relevo e extremamente atuais que o programa destas jornadas toca, proporcionando uma semana cheia de palestras com cientistas e representantes de empresas na área da Bioengenharia, muitos workshops e sessões com antigos alunos. Este ano, e recorrendo à aprendizagem acumulada com a edição online, os estudantes que integram a organização apostaram numa feira de empresas que pretende incentivar o contacto direto dos alunos com as oportunidades que têm à sua disposição no mercado de trabalho.

Ashni Tambaclal, uma das coordenadoras do evento, destaca que neste regresso ao formato presencial a aposta da organização foi “em retomar as atividades presenciais que já tínhamos antes, mas também aproveitar algumas vantagens do online, e conseguimos inclusive trazer imensa gente de fora para integrar o painel de oradores como, por exemplo, antigos alunos que partilham as suas experiências no mundo do trabalho”.

Foi perante um Salão Nobre cheio que arrancou o segundo dia do evento, esta terça-feira, 29 de março. O painel “Genetic Manipulation: the genes, the tools and the mechanisms”, juntou as professoras Isabel Sá Correia (Departamento de Bioengenharia/ iBB), Margarida Oliveira (ITQB), Cecília Arraiano (ITQB), e Leonor Moreira (Departamento de Bioengenharia/ iBB). Na sua apresentação, a professora Isabel Sá Correia explorou o tema da manipulação genética de leveduras, lembrando os desafios da transição net-zero, e destacando que é necessário mudar o cabaz energético para longe dos combustíveis fósseis e para fontes de energia com emissões nulas ou baixas, assim como “adaptar os processos industriais e agrícolas, aumentar a eficiência energética e gerir a procura de energia”. Ao darem a conhecer o trabalho que realizam nos seus grupos de investigação, as oradoras ajudaram a perceber o quão promissor este campo é.

Agricultura Celular, Moda Sustentável, Biotecnologia Marinha, Nanomedicina e Interfaces Cérebro-Computador foram apenas alguns dos múltiplos tópicos abordados nas várias palestras e painéis. O maior estímulo para quem participa é mesmo a abrangência de temáticas abordadas nas palestras – que não esquecem a diversidade de cursos envolvidos nesta atividade e lembram também a atualidade e preponderância desta área que toca em tantos campos do nosso quotidiano.

Apesar de ser apenas o segundo dia do evento, Ashni Tambaclal realça que o balanço até agora é “muito positivo”. “Está a exceder as nossas expectativas”, afirma. Confessando que não estava “à espera de tanta gente”, vinca que foi mesmo com esse sucesso em mente que a equipa trabalhou ao longo dos últimos meses.

Ainda que a dimensão não seja a que outras semanas das carreiras conseguem, a feira de empresas que marca esta 6.ª edição é um passo importante nesta missão de estreitar laços com as empresas que querem muito recebê-los após a conclusão do curso. A4F – Algas para o Futuro, Accenture, Everis, Hospital da Luz e PLUX foram algumas das entidades que vieram ao Técnico para contactar com estudantes dos cursos ligados à Bioengenharia. Para a coordenadora da SBE, este será mesmo “ponto alto do evento” permitindo aos alunos “ter uma melhor perceção do mercado de trabalho”.

Até ao final da semana, o convite para passar pela SBE mantém-se, ficando a promessa de que o conhecimento está em cada segundo desta intensa semana.