A qualidade que caracteriza a SINFO não se deixou esbater com a transição para o digital, bem pelo contrário: a atratividade do programa do evento volta a ser irrefutável, não só pela diversidade e prestígio do lote de oradores, como também pela diversidade de atividades que preenchem os 5 dias do evento. O número de empresas que se juntam ao evento para se aproximarem do talento do Técnico voltou a bater recordes, ultrapassando as seis dezenas. Ao terceiro dia do evento a organização não hesita em afirmar que esta edição “está a superar todas as nossas expectativas”.

Desde o início da semana que o palco virtual da SINFO tem sido invadido pelo conhecimento, a experiência, os projetos e os conselhos de vários profissionais ligados à área da informática e tecnologia, e assim continuará a ser até esta sexta-feira, 5 de março. Esta 28.ª edição conta com profissionais de renome associados a empresas como a GitHub (Denise Yu, Senior Software Engineer), a Google (David Hogue, Design Leader em Android User Experience) e Microsoft (Bruno Nuño, Principal Scientist).

Além das cativantes palestras, o programa contempla mais de 90 sessões individuais. A somar a tudo isto, e para que não haja motivos para faltar ao evento, há mais de 100 prémios para atribuir e sorteios a decorrer ao longo de toda a semana. A tenda que normalmente é instalada na Alameda do Técnico foi substituída por uma plataforma online onde tudo acontece.

Como vem sendo habitual, cada um dos dias do evento tem uma temática associada. Esta quarta-feira, 3 de março o dia foi dedicado à cibersegurança e foram muitos os elogios deixados no chat  do evento à palestra de David Seidman, Senior Director of Threat Detection da empresa americana Salesforce. O dia encerraria da melhor forma com uma das novidades desta edição: o painel, “From the IST to The World”, que reuniu 3 alumni da escola: António Afonso (Facebook), André Nogueira (Google) e Diogo Mónica (Anchorage).

O painel seria moderado pelo presidente do Técnico, professor Rogério Colaço que desafiou os três intervenientes para uma conversa informal. Os alumni acederam sem hesitar, partilhando experiências, recordações, e perspetivas de futuro: o de cada um e o que enfrentarão a nova geração de engenheiros. Ao longo de 45 minutos a conversa fluiu muito naturalmente, e os assuntos abordados permitiram perceber o peso que os alunos dão à sua formação no Técnico, como foi a transição da faculdade para o mercado de trabalho, e ainda conhecer o percurso que trilharam até chegarem ao patamar de sucesso onde se encontram.

As importantes e robustas bases conferidas pela formação do Técnico viriam à “tona” no decorrer da conversa e António Afonso mostrou não ter dúvidas de que “muitas das competências que adquiri no Técnico são extremamente úteis para mim diariamente”. “Penso que as bases que adquirimos são realmente o mais importante”, afirmava o antigo aluno, destacando o rigor do pensamento e a capacidade analítica que a formação do Técnico incute nos seus graduados.

André Nogueira concordou, elogiando a formação estruturada oferecida pelo curso de Engenharia Informática. Mais à frente, e quando o diálogo se focou nas novas competências procuradas pelo mercado e na forma como as universidades se têm ajustado a esse procura, o engenheiro da Google realçou a importância atual das soft skills e alertou para as preocupações éticas que assombram o mundo da informática e devem ser tidas em conta pelas instituições de ensino. “Os computadores podem fazer cada vez mais e mais coisas, mas isso não significa que devem fazer todas as coisas de que são capazes”, ressalvou. “Esta questão está a tornar-se cada vez mais importante em muitas áreas da indústria”, adicionou.

Questionados sobre se tiveram receios que sentiram na transição para o mercado de trabalho, os três antigos alunos evidenciaram que o mundo está cada vez mais tecnológico, e que a procura crescente de engenheiros e o acesso rápido e fácil à informação facilita a tomada de decisão das atuais e futuras gerações quanto às escolhas profissionais. “O software está a comer o mundo,  como disse Marc Andreessen, e é absolutamente verdade. Os engenheiros acrescentam muito valor às empresas. Neste momento, todas as empresas estão a tornar-se tecnológicas”, destacou Diogo Mónica, realçando a procura crescente de profissionais na área e a diversidade de oportunidades que existem.

Quando foram desafiados pelo professor Rogério Colaço a deixar alguns conselhos para os alunos do Técnico, nomeadamente os que vão agora entrar no mercado de trabalho, os alumni frisaram a importância de arriscar. “O conselho que dou é que para otimizarem o vosso crescimento têm que sair da zona de conforto e colocarem-se em posições desconfortáveis”, salientou o cofundador da Anchorage. “Não fiquem apenas naquela empresa que está perto da vossa casa ou algo do género. Tentem fazer estágios em empresas, fora de Portugal, e de preferência em empresas diferentes, porque estando exposto a diferentes experiências conseguirão perceber melhor qual o ambiente onde se sentem melhor”, complementou André Nogueira.

Alinhamento refrescado, novas atividades e a constante vontade de inovar

A organização do evento tudo fez para que nesta edição se mantivesse “o espírito e a atratividade que distinguem a SINFO presencial”, conseguindo tirar proveito das oportunidades trazidas pelo digital. A equipa de alunos fez desta mudança uma motivação para “refrescar um pouco o nosso alinhamento e as atividades do nosso evento”, tal como destaca Miguel Regouga.

Assim, juntam-se também ao lote de novidades as Lunch Talks, uma oportunidade para os Sponsors do evento partilharem conhecimento acerca de um tema ligado à sua área de ação em apenas 30 minutos. “Para além disso, proporcionamos uma opção de Speed Dating, onde participantes e representantes de empresas podem ter um tipo de interação mais curto e informal”, realça Miguel Regouga.  As oportunidades de desenvolvimento das soft e hard skills são várias, e o desejado networking está distância de um clique.

Entre as mais de 60 empresas que se aliaram a esta edição estão: a everis, Xpand IT, Deloitte,  Sky, Bosch,  Claranet, KPMG, e muitas mais.

Nos três primeiros dias do evento, a SINFO contou com mais de 2500 participantes ativos. Miguel Regouga realça que “uma das maiores restrições no que toca ao evento presencial é a limitação imposta pela capacidade máxima do auditório e das salas”, uma limitação que deixou de existir nesta edição. “Este ano, temos em média 200 participantes ativos por sessão, sendo que nas palestras dos oradores esse número aumenta para 400, o que é fantástico e superou todas as nossas melhores expectativas”, vinca o aluno do Técnico.

Miguel Regouga não tem dúvidas de que o formato online permitiu dar uma maior projeção ao evento. “Foi definitivamente um ano de crescimento e expansão nacional e internacional para a SINFO”, afirma. “Em termos nacionais, tivemos participantes dos quatro cantos do país, das maiores às mais pequenas faculdades, politécnicos, e até escolas secundárias”, adiciona. Além da comunidade estudantil, a SINFO 28 cativou também muitos profissionais. “Em termos internacionais, tivemos participantes oriundos de mais de 50 países oriundos de todo o mundo, o que para nós é um marco fantástico”, refere ainda o aluno.

Há alguns anos que a tagline da SINFO é “o maior evento gratuito de tecnologia em Portugal”. “Acreditamos que lhe fazemos jus, mas com esta edição sentimos que fomos mais longe. Sentimos que nos estamos a tornar num dos maiores eventos tecnológicos não só do país, mas também da Europa”, vinca o aluno do Técnico “É a paixão com que envergamos este evento que nos faz sempre querer mais e melhor, e que ao longo destes 28 anos nos ensinou a manter a constante inovação e a evolução, ano após ano. E se houve edição que escreveu isso na pedra foi esta”, declara, com orgulho, o coordenador da SINFO.