Querem saber sobre o processo de recrutamento, conhecer a realidade do dia-a-dia, perceber como acontece a integração na empresa e perguntam pelas condições dos estágios de verão. Tomam notas e fotografam os nomes nos identificadores. Estão na primeira edição de 2025 de mais um Talent Bootcamp, no Instituto Superior Técnico. Durante dois dias, 14 e 15 de março, o Salão Nobre e o Átrio do Pavilhão Central do campus Alameda são cenário de treino para a recruta.
A concluir a tese de mestrado em Engenharia Mecânica, depois de um semestre a estudar na Noruega, Inês Dias veio “falar com empresas, perceber o perfil que procuram e preparar-se nesse sentido”. Durante o curso, escolheu a área de energia e gostava de trabalhar em energia e sustentabilidade.
Chegado o mestrado, José Menezes ingressou no Técnico, depois de estudar Engenharia Informática e de Computadores noutra instituição de ensino superior durante a licenciatura. Volvidos seis meses a trabalhar na melhoria da rede interna e base de dados de uma empresa em Moçambique, o estudante de Lisboa ingressou no mestrado em Engenharia Informática e de Computadores. Procura uma oportunidade no setor da Inteligência Artificial. “Gosto muito de interagir com computadores e esta é a área que permite novas interações”, explica. Diz-se “um bocadinho envergonhado” e no Talent Bootcamp quer aprender técnicas que o ajudem nisso, bem como aprender sobre “a forma de fazer o pitch”. Porém, tal como Inês Dias, tem como principal objetivo “interagir com as empresas”.
A Engenharia Biológica apareceu na vida de Sam Brandão devido ao seu interesse por genética. No 2.º ano do mestrado, os interesses alargaram-se à medicina regenerativa, biomateriais e nanotecnologias, num curso que, afirma, “correspondeu às expectativas”. “Ver outras possibilidades, perceber quais as skills mais valorizadas” e desenvolver outras levou à decisão de participar na iniciativa.
O diretor de recursos humanos da SIBS, Ricardo Machado, regressa à Escola a cada edição do Talent Bootcamp não só pelo facto da empresa ser um dos patrocinadores do evento, mas também para “matar saudades desta casa, dos bons momentos”. A empresa junta-se a este projeto por acreditar que “enquanto empresa portuguesa, tem esta responsabilidade” e como forma de fazer um “movimento de antecipação” ao recrutamento. Indeciso entre eletrotecnia e mecânica, optou pela segunda. O Técnico estava escolhido, “era o melhor”. Acabou na área de recursos humanos, depois de um percurso que começou na informática, por gostar de “aceitar desafios”. “Era diretor de uma unidade de negócios e conhecia bem a organização”, explica. “Os recursos humanos estavam integrados na direção financeira e fiquei com a área após a separação”, conclui. Nesta edição, tal como o habitual, fez parte do “painel com sponsors”, onde partilhou também com os bootcampers parte do seu percurso.
Ao longo de dois dias, o evento estabeleceu novas pontes entre o tecido empresarial e os estudantes do Técnico, com acesso a estágios, formação e bolsas de investigação, apresentando-se também como uma oportunidade para conhecer mais de uma centena de profissionais de áreas como a consultoria, a tecnologia e as telecomunicações, entre outras.