As questões da sustentabilidade das suas instalações têm sido nos últimos anos uma das preocupações centrais do Técnico e do seu corpo de Gestão. A aprovação, este mês, da candidatura “Plano de Eficiência Energética – Técnico 2020”, assume-se como um passo enorme no alcance de uma instituição cada vez mais sustentável. O projeto de financiamento foi submetido ao POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, inserido no Portugal2020, e trará benefícios enormes quer no domínio da eficiência energética, quer na poupança que daí advirá.
Depois de em 2011 se ter criado o Campus Sustentável, uma estrutura cujo principal objetivo é proceder à monitorização sistemática de consumos e propor medidas de poupança e de aumento de eficiência no uso de recursos, em articulação contínua com a Área de Instalações e Equipamentos, este projeto que agora se inicia é um passo determinante para a subida de duas classes no certificado energético do campus Alameda. “O objetivo da candidatura do “Plano de Eficiência Energética – Técnico 2020” ao POSEUR, foi precisamente o de obter financiamento para se poderem implementar medidas mais estruturais”, vinca o vice-presidente do Técnico para as instalações e equipamentos, o professor João Gomes Ferreira, e que coordenou esta candidatura. Este programa deverá, de igual modo, “contribuir para projetar a imagem nacional e internacional do Técnico no domínio da Sustentabilidade, colocando a prática de gestão da Escola em linha com o trabalho que tem vindo a ser realizado, no mesmo sentido, ao nível do ensino e da investigação”, acrescenta o professor.
O investimento total deste projeto é de quase 5 milhões de euros, praticamente o valor máximo admitido pelo POSEUR, sendo financiado a 95%. As duas medidas mais impactantes do ponto de vista da poupança de energia consistem na instalação de painéis fotovoltaicos na generalidade das coberturas do campus da Alameda e na substituição de toda a iluminação “tradicional” existente no campus por iluminação led, ambas com um enorme investimento associado. O projeto permitirá ainda intervir na envolvente de diversos edifícios com vista à redução de perdas térmicas e na climatização de espaços comuns.
O Técnico irá poupar cerca de 325 mil euros por ano na fatura energética, estimativa, claro, feita a partir dos preços praticados atualmente. “Desse valor teremos de devolver 70% ao POSEUR durante cerca de 20 anos, até liquidar o valor total do financiamento, não havendo lugar ao pagamento de juros”, explica o professor João Gomes Ferreira. Ainda assim continuará a ser economicamente benéfico, registando-se uma poupança líquida anual de quase 100 mil euros. Terminado o prazo de pagamento, a poupança reverte inteiramente para o Técnico. “É um excelente negócio sob todos os pontos de vista”, reitera o professor. O Técnico foi, de longe, a instituição de ensino superior nacional que obteve o maior financiamento no concurso. “A candidatura apresentada era muito forte porque as medidas propostas foram muito bem concebidas do ponto de vista técnico e económico, sendo aquelas que permitiam reduzir mais os consumos por cada euro investido”, frisa o vice-presidente do Técnico.
O processo de candidatura envolveu o Campus Sustentável e a Área de Instalações e Equipamentos, com os Núcleos de Obras e de Manutenção. Um procedimento que se revelou complexo do “ponto de vista técnico e muito exigente em termos de prazos, tendo em conta o conjunto de medidas propostas”, afirma o professor João Gomes Ferreira. A qualidade da candidatura e o sucesso alcançado “só foram possíveis porque estas (e outras) estruturas internas do Técnico contam com elementos de elevadíssima competência, que exercem as suas funções com grande entusiasmo, espírito de iniciativa e verdadeiro amor à camisola”, conclui.