Campus e Comunidade

Técnico acolheu competição matemática de resolução de integrais em formato criado pelo MIT

Núcleo de Estudantes de Matemática do Técnico organizou a primeira edição do Integration Bee, que decorreu a 31 de maio.

Na Torre Sul do campus Alameda, vários estudantes aguardam pela chamada para entrarem na sala onde vão fazer a prova. É um cenário normal no Instituto Superior Técnico, mas, desta vez, não se trata de um exame para uma unidade curricular – está prestes a começar a primeira edição do Integration Bee do Técnico, uma competição matemática de resolução de integrais que acompanha o formato da criada em 1981 pelo Massachussets Institute of Technology (MIT). Organizado pelo Núcleo de Estudantes de Matemática do Técnico (NMath), o evento teve lugar a 31 de maio.

A prova escrita decorreu de manhã, propondo a resolução de dez ou 20 integrais aos participantes – dependendo do facto de participarem individualmente ou em par –, dispondo estes de apenas 20 minutos para o feito. “É muito pouco tempo para resolver tanto integral”, confessa Diogo Esteves com um sorriso. Sentado num dos bancos do corredor enquanto esperava para confrontar-se com a folha de prova, o estudante do Mestrado em Engenharia Física Tecnológica partilhou, juntamente com o colega de curso (e seu par na competição) Afonso Santos, que se inscreveram na prova “pelo desafio”. Afinal de contas, resolver integrais “é como um puzzle”.

Laura Muliar acompanha o entusiasmo destes dois participantes, e também vai participar na competição inserida num par, mas com a diferença de que este é apenas o seu primeiro ano no Técnico. A aluna da Licenciatura em Engenharia Informática e de Computadores já tem experiência em competições desta natureza – enverga mesmo uma t-shirt alusiva à Olimpíada Internacional de Matemática, decorrida na Hungria em 2023, na qual participou. Antes de avançar em direção à porta da sala, confessa-se “com um bocadinho de adrenalina” face ao “sprint de apenas 20 minutos” que está prestes a ter de cumprir.

Horas depois, a prova fazia-se no Pavilhão de Física e Matemática, mas desta vez no quadro, perante uma plateia. Disputavam-se aqui as posições cimeiras da classificação, com o juiz de prova a enunciar o resultado pretendido após a resolução de cada alínea (seguindo-se uma ovação efusiva caso algum dos competidores tivesse acertado). A sala estava cheia, o público desafiava-se nos seus lugares, tentando resolver a seu próprio passo.

A vitória chegaria mais de uma hora depois, para Rafael Hipólito (seguido por André Crispim e Francisco Cunha na segunda classificação e com Jing Xu a encerrar o pódio). Ainda algo ofegante devido aos nervos, o estudante da Faculdade de Ciências confessou “não [estar] nada à espera” de ganhar, descrevendo “um sentimento espetacular”. “Acredito que o que houve aqui foi maioritariamente sorte, porque qualquer um de nós podia ter ganhado – vi alguns colegas a usar técnicas de resolução que me surpreenderam bastante”, elogiou. Quanto ao prémio monetário envolvido, terá de honrar um acordo que fez com amigos que também participaram na prova – se um deles ganhasse, pagaria o jantar aos restantes.

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