O Instituto Superior Técnico criou um novo Guia para a Utilização Responsável da Inteligência Artificial, disponibilizado a 28 de novembro, que estabelece orientações para estudantes, docentes e investigadores, procurando apoiar uma integração informada da IA na vida académica.
O Guia resulta de um processo de reflexão estruturado, conduzido por docentes do Técnico, sobre o impacto transformador da IA em múltiplas áreas do conhecimento. A equipa procurou identificar riscos e oportunidades associados à sua utilização no contexto universitário, nomeadamente no que respeita à integridade académica, à produção científica e à adoção de novas metodologias de ensino e aprendizagem.
O documento surge como resposta à crescente presença da inteligência artificial (IA) nos processos de ensino, investigação e apoio à aprendizagem, que tem colocado novos desafios às instituições de Ensino Superior. Mas também à necessidade de enquadrar o uso destas ferramentas, de garantir práticas académicas sólidas e de acompanhar a evolução legislativa europeia.
Teresa Peña, docente do Técnico, diretora-adjunta do presidente para as Tecnologias Digitais na Educação do Técnico e umas das autoras do Guia, realça a importância de uma utilização crítica e consciente, sublinhando que “não basta reconhecer que a IA existe”, sendo “necessário utilizá-la de forma mais correta e produtiva”. Para a docente, cabe às instituições de ensino promover práticas que ajudem a “cultivar o seu uso para expandir as capacidades únicas do ser humano: pensamento crítico, criatividade e inteligência emocional”.
Já Arlindo de Oliveira, docente do Técnico e também co-autor do Guia, destaca a responsabilidade associada à adoção destas ferramentas, afirmando que o principal desafio reside em “garantir que a IA não só não contribuirá para a deterioração do processo educativo, mas também que permitirá atingir melhores resultados nas atividades de investigação e desenvolvimento”. Sobre o futuro, acrescenta que a inteligência artificial deve ser encarada como “uma ferramenta indispensável para a competitividade científica de investigadores, instituições e nações”.
Considerado pelos autores como a primeira iniciativa deste tipo entre escolas universitárias portuguesas, o Guia aproxima o Técnico das práticas já adotadas por várias instituições internacionais. Para Carlos Santos Silva, também docente do Técnico e co-autor, o documento pretende dar à comunidade um “referencial claro” sobre o uso destas ferramentas. “Como comunidade Técnico devemos conhecer como usar a inteligência artificial sem incorrer em riscos. É para nos ajudar a cumprir este objetivo que se criou este documento”, conclui.
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Reflexão e Guia para a utilização da Inteligência Artificial no Instituto Superior Técnico
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