A Gare do Arco do Cego ganhará finalmente a nova vida que há muito lhe estava prometida, dando lugar a um espaço polivalente, aberto 24 horas por dia, que receberá estudantes do Técnico, mas que também conectará a academia com a sociedade, disseminando o conhecimento e a inovação que se faz na Escola para lá dos seus muros. De forma simbólica, e depois de um “longo caminho” e “muito trabalho”, decorreu esta segunda-feira, 18 de outubro, o lançamento da primeira pedra do Técnico Innovation Center.
A cerimónia contou com a presença de vários elementos do governo, como a secretária de Estado da Valorização do Interior, professora Isabel Ferreira, o ministro do Mar, professor Ricardo Serrão Santos, e o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, professor Manuel Heitor, algumas individualidades militares, e também vários representantes das múltiplas entidades de diversos sectores com quem o Técnico tem ligação. À celebração do arranque deste capítulo icónico na história do Técnico não faltaram também docentes, investigadores e estudantes da Escola.
Foi longo o caminho, e o presidente do Técnico, professor Rogério Colaço, não o esqueceu na sua intervenção, lembrando todos os que tiveram um papel crucial em todo o processo e a falta de financiamento externo que foi adiando o arranque desta obra “que marcará o Técnico e a sua comunidade (…), mas que estamos certos também marcará de forma indelevelmente positiva a cidade de Lisboa, a universidade portuguesa e o país”, como referiu.
Vincando a importância da ciência e o potencial de colaboração entre as universidades e entidades públicas e privadas – dois aspetos que pandemia veio evidenciar ainda mais, o professor Rogério Colaço realçou que este centro será uma “porta permanentemente aberta da Universidade para a Sociedade”. “O Técnico tem vindo a definir este caminho estratégico de abertura à sociedade que passa por estabelecer uma forte rede de parcerias empresariais, projetos colaborativos com parceiros empresariais dos mais variados sectores do tecido económico; passa por reestruturar os nossos cursos de 1.º,2.º e 3.º ciclo, criando espaços curriculares em que os estudantes possam ser expostos a problemas reais de empresas nossas parceiras e estas possam interagir diretamente com os nossos estudantes e professores”, denotou.
“A confiança depositada no Técnico aumenta-nos a responsabilidade de contribuir mais e melhor na formação de talento, para a criação de conhecimento, inovação, para a criação de riqueza e emprego qualificado, para a resolução dos enormes desafios que Portugal enfrenta”, reiterou o presidente do Técnico.
O nome completo deste espaço disruptivo será “Técnico Innovation Center, Powered by Fidelidade”, uma designação que segundo Rogério Henriques, CEO da Fidelidade, é representativa daquilo que se pretende que seja esta parceria entre o Técnico e a seguradora. “Esta é uma ligação em que o mundo empresarial dá energia ao mundo académico com este apoio financeiro, mas também com desafios e aprendizagens mútuas, e em que o Técnico devolve este apoio com a produção de saber e conhecimento, num fluxo contínuo de energia”, disse. “Partilhamos com o Técnico a mesma paixão pela inovação, e achamos que a transferência de tecnologia e de conhecimento entre universidades e empresas é uma das soluções para muitos dos problemas endémicos enquanto país”, salientou.
Salientando o entusiasmo da Fidelidade no apoio à construção deste “verdadeiro hub de conexão entre a academia e a sociedade civil”, Rogério Henriques vincou que a ligação ao Técnico não ficará por aqui. “Não seremos apenas mais um mecenas, vamos continuar a procurar nos alunos do Técnico futuros colaboradores da Fidelidade, vamos promover o aprofundamento da interligação entre a vertente académica e a empresarial, e fomentaremos ativamente a aceleração da inovação, desenvolvimento de projetos conjuntos de investigação e desenvolvimento e de interesse mútuo”.
De forma muito breve, o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, professor Manuel Heitor, destacou o “significado e o simbolismo” deste projeto que “vira e abre o Técnico à cidade”. Para o governante, este projeto é também “um exemplo” do que pode e deve ser a articulação e colaboração entre o sector público e as empresas. “Vivemos em tempos aonde efetivamente o contexto social, económico e científico não pode passar senão por um esforço crescente de colaboração. Precisamos de mais ciência, precisamos certamente de mais conhecimento fundamental, mas sabemos que uma sustentabilidade da ciência e do conhecimento fundamental precisam também de uma sustentabilidade económica e por isso mais ciência quer dizer mais economia, e mais economia requer mais ciência”, referiu.
Na cerimónia intervieram também a secretária de Estado da Valorização do Interior, professora Isabel Ferreira, e o ministro do Mar, professor Ricardo Serrão Santos, que destacaram a importância desta infraestrutura na afirmação da Ciência e Tecnologia e na sua transferência para a sociedade.
O Técnico Innovation Center contemplará um espaço de estudo para os alunos, uma zona de cafetaria um espaço de exposição e de interação do Técnico com a cidade, de 2000 metros quadrados, e que terá uma programação anual, onde serão apresentadas as iniciativas e as inovações produzidas no Técnico, por investigadores, alunos e parceiros.
O projeto surgiu de uma visão conjunta entre o Instituto Superior Técnico e a Câmara Municipal de Lisboa, e cuja ideia começou a germinar em 2011 quando as duas entidades assinaram um protocolo para a cedência do direito de superfície da antiga Gare do Arco do Cego. O projeto conta com o apoio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR LVT) e da Fidelidade.
As obras arrancam esta terça-feira, e ficarão a cargo da empresa TPS. A conclusão do projeto está prevista para o primeiro semestre de 2023.