Um consórcio de parceiros europeus de que o Instituto Superior Técnico faz parte foi selecionado pela EuroHPC – Iniciativa Conjunta de Computação de Alto Desempenho da Comissão Europeia para conceber e implementar o primeiro programa-piloto a nível europeu na área de Computação de Alto Desempenho (HPC, na sigla em inglês). O projeto conta com um leque diversificado de parceiros académicos e industriais que irão estar envolvidos no desenho do programa que deverá estar estabelecido a partir do outono deste ano.
“Este projeto-piloto tem como objetivo desenvolver e implementar a estrutura curricular e o conteúdo programático para um programa de mestrado de dois anos a nível europeu na área da Computação de Alto Desempenho”, explica o professor José Carlos Monteiro, docente do Departamento de Engenharia Informática (DEI), que assume a liderança do projeto no Técnico. “Pretende-se um currículo abrangente em termos de áreas científicas e modular de forma a permitir a mobilidade dos alunos entre as diferentes universidades envolvidas no programa”, salienta, ainda, o docente.
Com um orçamento total de 7 milhões de euros, o projeto é liderado pela Universidade do Luxemburgo e conta com um conjunto grande de universidades e centros de investigação Europeus. Deste lote, 8 universidades são Awarding Universities, isto é, terão oferta curricular e serão conferentes de grau académico. As restantes, onde se incluí o Técnico, são Participating Universities, e estão envolvidas nas diferentes componentes de definição do programa e processos, podendo fornecer docentes para assegurar aulas das Awarding Universities nesta implementação piloto.
Deste projeto deverão resultar um conjunto de materiais e de recomendações baseadas nas lições aprendidas na implementação deste programa-piloto, “tendo em vista uma chamada futura para a abertura de programas de mestrado europeus nesta área”, como evidencia o professor José Carlos Monteiro. O currículo do programa será concebido numa estrutura modular para facilitar uma integração total ou parcial dos módulos em programas de mestrado novos, ou nos já existentes.
Tal como destaca o docente do DEI, a “área da Computação de Alto Desempenho é cada vez mais vista como uma área estratégica, não só em áreas tradicionais como a investigação científica e a área militar, mas também na economia e nas empresas em geral”. “As grandes potências mundiais têm aumentado significativamente o investimento nesta área, o que envolve montantes muito elevados”, acrescenta o docente do Técnico. Com este investimento aumenta a necessidade de profissionais especializados em HPC, que sejam “capazes de explorar convenientemente as potencialidades dos supercomputadores atualmente em desenvolvimento na Europa”, realça o professor José Carlos Monteiro.
A relevância deste campo não tem passado despercebida à comunidade de investigadores do Técnico, existindo atividade científica importante em HPC em diferentes departamentos. “A participação neste projeto permite que estejamos na linha da frente deste processo, portanto bem posicionados e com bons contactos para realizarmos uma proposta para a prevista chamada de programas de mestrado europeus nesta área”, sublinha o professor José Carlos Monteiro.